Autor do artigo, Keslon Borges é economista e especialista em Gestão Pública.
Notícias do Tocantins - Havia uma terra próspera e fértil, governada por uma gestão pública que, como um jardineiro descuidado, negligenciava seus servidores de carreira, as flores mais antigas e experientes do jardim. Em vez de valorizá-los, preferia desviar seu olhar para além dos limites, contratando novas plantas sem necessidade, gastando recursos preciosos que poderiam nutrir as raízes já estabelecidas.
Nesse jardim, o nepotismo brotava como ervas daninhas, envolvendo os favores da gestão em laços familiares, enquanto as decisões, em vez de serem guiadas pela luz do conhecimento e da razão, eram tomadas nas sombras da conveniência política.
Com o passar das estações, o fisiologismo político tornou-se a adubação preferida, alimentando uma cultura de interesses mesquinhos sobre a prosperidade coletiva. Os frutos desse enfoque distorcido não tardaram a aparecer.
O desenvolvimento local, uma vez florescente, começou a murchar lentamente. Os serviços básicos, como educação e saúde, eram como flores murchas, definhando por falta de cuidado e investimento adequados. Os filhos da terra, privados de uma educação de qualidade, mal conseguiam florescer em seus potenciais, enquanto a saúde da comunidade era como um galho frágil, facilmente quebrado pela menor brisa.
Os sinais de decadência eram visíveis a olho nu. O jardim, outrora exuberante e vibrante, estava agora coberto por uma sombra de desilusão e desesperança.
E assim, a moral da parábola é clara: uma gestão pública que não nutre e valoriza seus servidores de carreira, que desperdiça recursos em práticas injustificadas, que se rende ao nepotismo, à falta de evidências e à politização, está fadada a ver o declínio do desenvolvimento local e a incapacidade de oferecer serviços básicos de qualidade.
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Keslon Borges | Economista, Especialista em Gestão Pública, Investidor Profissional e Educador Financeiro