Alberto Rocha //Opinião O que prevejo não é nenhuma profecia tirada do livro bíblico 'apocalipse'. O que antevejo é o barulho do fogo ardente que já queima os pés; não se enganem: já riscaram o fósforo na palha seca encharcada de gasolina; a expectativa do fogo se levanta; o incêndio será geral, atingirá toda a nação brasileira, não ficará nem raiz nem ramo. E quem está provocando o incêndio são os larápios da nação, que enganam o povo com pão e circo e milho. Enquanto o País entra na mira do fogo, inocentes ainda pedem vigília cívica pela absolvição de A e de B. A vigília convocada não deveria ser pela manutenção da impunidade ou proteção a criminosos, e sim, pela defesa da democracia, da moralidade administrativa, da credibilidade da nação, da honestidade na vida pública e principalmente, pela prisão de corruptos, larápios, gatunos, que têm o hábito de meter a mão no dinheiro do povo, acreditando que vão ficar impunes, tudo graças à benevolência e brechas escancaradas de lei, além das relações suspeitas dos tribunais com os mandatários do poder. Alguém tem que se indignar, dar um basta.... Mas o povo parece anestesiado, ninguém reage. O Brasil que eu quero para o futuro é aquele Brasil que começa a reagir hoje, agora. Mas o silêncio é maior. Mas o general Villas Boas já avisou:
"Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição". Quem tem ouvidos, ouça o general. Em apoio às declarações, outros generais bradaram:
“Estamos juntos, comandante”( general Freitas). E tem mais: “
Tenho a espada ao lado, a sela equipada, o cavalo trabalhado e aguardo suas ordens”(general Paulo Chagas). Tem mais:
“Comandante, estamos juntos na mesma trincheira! Pensamos da mesma forma! Brasil acima de tudo!!! Aço!”(general Miotto). Fique imaginando o que o general queria dizer com esse tal de
AÇO. Seria bal
aço? Bag
aço? tijol
aço? Tanquizá
ço? fuzil
áço? tirá
ço? Bombá
ço? Intervençãoz
áço? Sei lá! Mas enquanto a profecia do
AÇO não se cumpre, a Nação continua no pão e no circo, comendo milho e respirando cultura, filosofia, civismo e patriotismo do hit “
que tiro foi esse, que tá um arraso, ou se preferir, se deliciar com a mais bela sinfonia de todos os tempos, do insuperável Pablo Vitar: “Seu amor me pegou, cê bateu tão forte com o teu amor, nocauteou, me tonteou...”(já deu). Para mim e outros mortais, é o fim. Mas, para Tom Jobim, são as águas de março: “é pau, é pedra, é o fim do caminho (...) é a noite, é a morte, é o laço, é o anzol”. O Brasil está na mira do fogo. Depois,
não vá dizer que não falei das flores. Alberto Rocha é jornalista.