Relatório

Trabalho escravo recua, mas conflitos por terra aumentam e afetam 20 mil pessoas no Tocantins

Relatório será lançado na mesma data do assassinato do padre Josimo.

Por Redação 621
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07/05/2024 16h40 - Atualizado há 1 semana
Brasil teve 2.203 conflitos no campo em 2023

Notícias do Tocantins - A Comissão Pastoral da Terra Araguaia-Tocantins lançará mais uma edição do relatório sobre conflitos no campo registrados em 2023 em todo o Brasil no auditório da sede administrativa da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), em Palmas, nesta sexta-feira (10).

O relatório revela o maior número de registro de conflitos no campo brasileiro da série histórica da Comissão Pastoral da Terra, com 2.203 conflitos, sendo que 35% das ocorrências foram no norte do Brasil. No Tocantins, foram registrados 81 conflitos no campo (15 a mais na comparação com 2022) que atingiram diretamente 20.464 pessoas.

O lançamento acontecerá na mesma data do assassinato do padre Josimo Moraes Tavares, então coordenador da Comissão Pastoral da Terra no Bico do Papagaio.

Dos 2.203 conflitos no campo registrados em 2023, o relatório mostra que 1.034 ocorreram na Amazônia Legal e 281 na fronteira agrícola do Matopiba, compreendendo 47% e 13% do total registrado no país, respectivamente, ambas são regiões das quais o Tocantins é parte.

O relatório também apresenta que foram registradas 251 denúncias de trabalhadores em situação de trabalho escravo no campo brasileiro, sendo que fiscalização resultou no resgate de 2.663 pessoas.

Em comparação com os últimos dez anos, são os maiores números registrados, conforme a CPT. “Contrastando com isso, os registros do Tocantins curiosamente estão em queda desde 2014, mas, infelizmente, isso não aponta para o fim do trabalho escravo no estado, mas soa como alerta quanto à provável subnotificação”, afirmou a comissão.

Ainda de acordo com a CPT, no seu conjunto, os dados do Tocantins seguem mostrando um acirramento das violências contra a ocupação e a posse, bem como contra as pessoas (lesões corporais, ameaças, intimidações, prisões, despejos e expulsões), protagonizadas principalmente por grileiros e seus serviços de pistolagem, bem como pelo governo estadual.

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