AJP Tour

Emoção e histórias de superação marcam torneio internacional jiu-jítsu em Araguaína; veja relatos

Esse é um dos maiores campeonatos de jiu-jítsu do mundo.

Por Redação 550
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15/10/2023 10h52 - Atualizado há 6 meses
No sábado, todas as lutas foram nas categorias para crianças e jovens de quatro a 17 anos.

Atletas do Rio de Janeiro, Brasília, Pará, Maranhão, Tocantins, entre outros estados, participam de um dos maiores campeonatos de jiu-jítsu do mundo, o AJP Tour (Abu Dhabi Jiu Jitsu Pro), em Araguaína. A abertura oficial e as primeiras lutas foram realizadas neste sábado (14), com a presenã de autoridades, organizadores do torneio e centenas de expectadores.

Durante a abertura, o prefeito Wagner Rodrigues destacou a importância que o evento internacional representa para o município.

“Promover oportunidades dentro do esporte é fundamental para que vidas sejam transformadas, e é isso que estamos vendo aqui hoje, mais de 600 atletas, de várias regiões, e Araguaína sendo palco para receber este grande evento. Agradeço a cada um aqui presente que tem acreditado na  nossa cidade, principalmente à organização AJP Tour, por trazer este campeonato internacional e contribuir com os sonhos dos nossos atletas”, ressaltou Wagner.

Com entrada gratuita para a população, o evento da AJP também é transmitido ao vivo para mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo, em mais de 60 países.

Homenagem

Ainda durante a abertura, a organização homenageou ao mestre Ricardo Holanda, de Fortaleza (CE). Faixa coral 8º grau, o mestre é conhecido mundialmente pela vasta experiência e atuação dentro do esporte. A paixão pelo jiu-jítsu fez com que ele largasse quatro anos da faculdade de medicina para lutar.

“Eu comecei no jiu-jítsu aos oito anos de idade e, desde então, nunca mais tirei o quimono. Tranquei quatro anos de medicina para lutar e foi a melhor escolha da minha vida. Tenho certeza de que muitos que estão nessa caminhada já traçaram suas linhas e eu tive a honra de ter contribuído para que atletas carentes se tornassem grandes profissionais. Então o jiu-jítsu, é uma escola para a vida, porque é no tatame que conseguimos transformar pessoas”, destacou o mestre.

“O jiu-jítsu, é uma escola para a vida, porque é no tatame que conseguimos transformar pessoas”, destacou o mestre Ricardo Holanda, 68 anos, que foi homenageado

Crianças abrilhantaram a competição

No primeiro dia de competição, quem abrilhantou as performances no tatame foram as crianças. E como em toda competição tem emoção, no AJP não decepcionou os expectadores.

Aos 12 anos de idade, e com mais de 40 medalhas, a atleta de Marabá (PA), Eduarda Caires, prendeu a atenção das pessoas que estavam na arquibancada. Com força e concentração, Eduarda venceu as adversárias e, junto do treinador e da família, comemorou mais uma superação.

“O jui-jítsu é uma terapia na vida da minha filha, porque ela é autista, e só nós sabemos o tanto que é importante. Ela treina desde os sete anos e, cada dia que passa, ela está mais forte, concentrada e respondendo bem ao tratamento. Um orgulho para todos nós”, disse Jaqueline Costa Caires, mãe da Eduarda.

Da cadeira de rodas para o tatame

Em 2014, o morador de Araguaína, Geverson Dantas Felix, de 34 anos, ficou tetraplégico após sofrer uma lesão devido à retirada de um tumor da medula. Foram oito anos vividos com muitas dificuldades, até ele entrar para o jiu-jítsu. O atleta conta que treina há um ano e três meses e, de lá para cá, sua vida mudou completamente.

“Um colega meu me apresentou o esporte e, em cada treino, eu me sentia melhor. Hoje posso dizer que o jiu-jítsu me fez ter mais força, me tirou de um mundo cheio de dificuldades para um mundo de oportunidades”, disse Geverson.

Em 2014, Geverson Dantas Felix, de 34 anos, ficou tetraplégico após sofrer uma lesão na medula. Foram oito anos vividos com muitas dificuldades, até ele entrar para o jiu-jítsu. 

Nos últimos seis meses, Geverson começou a competir e já participou de grandes campeonatos, sendo campeão da etapa do AJP Tour realizado em Goiânia. Em Araguaína, ele se inscreveu para lutar, mas como não teve nenhum atleta na categoria, a organização realizou uma luta simbólica. No tatame, um atleta foi mobilizado de acordo com as limitações de Geverson para que a disputa acontecesse em condições de igualdade.

Filho de atletas

Ao lado dos pais, que também são atletas, Snyder Jhoufer exibiu com orgulho a 15ª medalha, que foi conquistada durante a competição em Araguaína. Para o pai, que é faixa preta, o garoto sonha alto e pretende conquistar o mundial do AJP.

“Ele treina desde os três anos de idade e a cada dia ele nos surpreende mais. Essa foi a maior competição dele e com certeza uma experiência única. Agora, o próximo passo é conquistar o mundial”, disse Eder Jhoufer.

Já a mãe, Hanna Ribeiro, que ocupa o 1º lugar no ranking nacional na modalidade NoGI, teve que conter as lágrimas após ver o filho subir ao pódio.

“É um sentimento inexplicável, porque, desde que ele nasceu, sempre fez parte de todos os meus treinos. Inclusive, quando era bebê, ele engatinhava no tatame. Então é um motivo de muito orgulho para nós, pois o jiu-jitsu é um esporte que transformou as nossas vidas e está proporcionando grandes realizações”, contou a mãe e atleta.

Ao lado dos pais, que também são atletas, Snyder Jhoufer, 7 anos, carrega a 15ª medalha, conquistada durante a competição em Araguaína

Deixou o balé para seguir um sonho

Por muitos anos, Ana Beatriz Amorim, de Canaã dos Carajás (PA), frequentou aulas de balé, mas, aos 12 anos de idade, quando conheceu o jiu-jítsu, decidiu trocar as sapatilhas pelo quimono. Com apenas três meses, ela conta que começou a competir e, dentro de um ano, já foi campeã mundial.

“Eu treino todos os dias e conquistar mais uma medalha é mostrar para mim mesma que todos os esforços valem a pena. O jiu-jítsu é um sonho realizado e estou muito feliz”, disse a atleta.

“Eu treino todos os dias e conquistar mais uma medalha, é mostrar para mim mesma, que todos os esforços valem a pena”, disse a atleta Ana Beatriz Amorim, de 13 anos.

As mudanças no esporte também foram visíveis em vários aspectos, como conta a mãe da Ana Beatriz, Fernanda Amorim. “Foi no jiu-jítsu que a Ana se transformou em uma menina mais dedicada, estudiosa e amorosa. Uma transformação incrível”.

Grupo de elite luta neste domingo, 15

No segundo dia de competição, que acontece neste domingo, 15, é a vez de prestigiar o grupo de elite. São dezenas de atletas campeões no jiu-jítsu, faixas pretas, que iniciam as lutas a partir das 10 horas, no Ginásio Poliesportivo Pedro Quaresma. A entrada é gratuita para o público.

Grande estrutura

Neste ano, a AJP Tour realizou 12 etapas classificatórias em 10 cidades e Araguaína é a segunda cidade da região norte do país a ter uma etapa do AJP Tour no ano. Na atual temporada 2022/2023, a previsão é promover mais de 170 campeonatos nacionais, continentais e internacionais.

Sobre o Abu Dhabi Jiu-Jitsu

Criado em 2009, o Abu Dhabi Jiu-Jitsu Pro já promoveu mais de 150 eventos em seis continentes com a missão de levar o Jiu-Jitsu ao profissionalismo e fazer de Abu Dhabi a capital mundial do esporte. Atualmente, Tóquio (Japão), Los Angeles (EUA), Rio de Janeiro (Brasil), Abu Dhabi (Emirados Árabes) e Moscou (Rússia) são as cidades-sede da comunidade global do esporte.

 Aos 12 anos de idade, e com mais de 40 medalhas, a atleta Eduarda Caires, prendeu a atenção dos expectadores. Deitada ao chão do tatame, e com muita força e concentração, ela venceu a adversária
 
“Promover oportunidades dentro do esporte é fundamental para que vidas sejam transformadas, e é isso que estamos vendo aqui hoje, com  Araguaína sendo palco para receber este grande evento”, destacou o prefeito Wagner Rodrigues 

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