Ministério Público

Família de jovem em coma faz grave denúncia contra Hospital de Colinas por negligência médica

Jovem ficou amarrado numa maca sem receber atendimento ou medicação adequada.

Por Conteúdo AF Notícias 2.621
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15/05/2024 15h55 - Atualizado há 2 meses
Jovem Marcos Paulo Rocha dos Santos ficou amarrado numa maca após o acidente

Notícias do Tocantins - A família do jovem araguainense Marcos Paulo Rocha dos Santos, de 23 anos, protocolou uma denúncia no Ministério Público do Tocantins (MPTO) contra o Hospital Municipal de Colinas, por suposta negligência médica durante seu atendimento, após um acidente de trânsito.

Atualmente, Marcos Paulo está em coma induzido no Hospital Regional de Araguaína (HRA), com traumatismo craniano. O pai do paciente está revoltado com a situação do filho, que, segundo ele, pode ter sido agravada pelo diagnóstico incorreto e demora na aplicação da medicação para o tratamento da lesão.

Ricardo Alves, pai do jovem, relatou que o filho saiu de Palmas com destino a Araguaína, em uma motocicleta, e teria sofrido um acidente na madrugada do dia 02 de maio, possivelmente uma colisão com um caminhão. O caminhoneiro supostamente envolvido no acidente teria ligado para os bombeiros, que foram até o local e socorreram o jovem ao Hospital Municipal de Colinas, onde ele chegou bastante agitado. 

Segundo a família, o hospital não teria condições de fazer o diagnóstico de Marcos Paulo, e também não providenciou a imediata transferência para outro hospital. Até então, a família não tinha notícias do jovem e só soube do acidente às 7h30 da manhã.

O pai contou que os profissionais de saúde especularam sobre embriaguez ou abstinência de entorpecentes, apesar de Marcos Paulo não ser usuário de drogas e nem fazer uso de bebida alcoólica.

“Meu filho foi amarrado à maca para aguardar a chegada da família. Quando chegamos e questionamos o que ele tinha, o médico sugeriu uma tomografia particular, porque lá não fazia e nós não conseguimos providenciar. E nenhum médico durante o plantão providenciou a transferência para outro hospital, apenas após muita insistência nossa e com ajuda do meu irmão que trabalha no Hospital Regional de Araguaína, o médico autorizou a transferência para o HRA pelo Tratamento Fora de Domicílio (TFD). Após 14 horas, finalmente ele foi transferido. Mas se fosse pelo Hospital de Colinas, ele tinha morrido lá mesmo”.

Ricardo disse que a demora na transferência para um hospital com mais estrutura acarretou uma série de outros problemas ao filho, como pneumonia e febre alta. “Ao chegar no Hospital de Araguaína, o diagnóstico do neurocirurgião revelou que Marcos Paulo sofreu um Edema Cerebral Traumático. No momento, está intubado e em coma induzido. Já no Hospital de Colinas, o medicamento fornecido ao paciente foi diazepam”.

Os médicos do Hospital Regional de Araguaína disseram aos familiares que o jovem sofreu um trauma muito grave e que a recuperação é lenta. Exames mostraram que o trauma teve uma pequena redução, mas a pneumonia ainda é muito preocupante e pediu paciência à família.

Denúncia no MPE

“Denunciamos o caso ao Ministério Público, pois o atendimento prestado pelo Hospital Municipal de Colinas do Tocantins levanta sérias preocupações sobre a qualidade e a ética dos serviços de saúde oferecidos na região. A falta de recursos para o diagnóstico e a negligência na busca por alternativas adequadas de tratamento são alarmantes. Além disso, a especulação infundada sobre o estado dele, associada à demora na transferência para um centro de saúde mais capacitado, contribuiu para agravar sua condição médica. Meu filho ficou amarrado à maca e aguardando por horas sem receber o atendimento adequado e sem que sua transferência para outro hospital fosse prontamente providenciada”.

O pai pede justiça e uma investigação rigorosa do Ministério Público Estadual. "Conclamamos o Ministério Público a tomar todas as medidas necessárias para assegurar a justiça e a proteção dos direitos dos cidadãos, especialmente daqueles em situação de vulnerabilidade como o paciente em questão. A conduta negligente e irresponsável não pode ficar impune, e é dever do MP agir em defesa da sociedade e da integridade dos serviços de saúde. Diante disso, peço a instauração do processo judicial".

Jovem teve traumatismo craniano

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