Araguaína

Grávida de 8 meses perde bebê após ir várias vezes ao hospital e aponta negligência; caso é apurado

Hospital afirmou que está conduzindo uma investigação minuciosa do caso.

Por Conteúdo AF Notícias 2.084
Comentários (0)

28/03/2024 16h05 - Atualizado há 4 semanas
Chá de revelação de Lays fez para saber sexo do bebê.

Notícias do Tocantins - A jovem de Araguaína Lays Martins Moura, de 25 anos, estava grávida do segundo filho, a tão esperada Wallentyna, quando tudo desabou na vida dela. Em redes sociais, a mãe contou a dor de perder a filha aos oito meses de gestação e acusa a unidade hospitalar de negligência médica e violência obstétrica.

Lays disse que fez o pré-natal completo e realizou todos os exames necessários e obrigatórios que uma gestante deve fazer, inclusive a morfológica, e estava tudo certo. Porém, na quarta-feira da semana passada, dia 20, ela começou a sentir dores abdominais e corrimento anormal, além do rompimento de um muco no útero. 

De imediato, ela foi ao Hospital e Maternidade Dom Orione (HDO), onde passou pela triagem e explicou o que estava acontecendo, mas durante o atendimento só teria sido realizado o exame de toque. “Foram pelo menos três toques de uma médica e dois residentes que atendiam nesse horário. Eles disseram que estava tudo bem, não pediram nenhum exame e me liberaram", contou a mãe.

Lays voltou para casa, mas à noite, as dores se intensificaram novamente e ela decidiu retornar para o hospital. "Eles fizeram vários toques de novo, só me passaram um remédio Tramal, me deram soro e mais uma vez sem fazer exames complementares disseram que eu podia voltar pra casa", disse revoltada.

Contudo, a jovem mãe continuou sentindo dores. Na segunda-feira, dia 25, a situação piorou e ela foi mais uma vez ao hospital. "Meu primeiro filho foi normal e aquela dor era diferente”, relata a mãe.

Lays conta que chegou na unidade por volta das 7 horas e passou por mais testes de toques. "Eles faziam de qualquer jeito, sabe, sem cuidado", afirma destacando que quando a equipe médica foi aferir os batimentos cardíacos do bebê observaram que estavam imperceptíveis e só então a encaminharam para realizar uma ultrassom. 

"Isso já era por volta das 9h da manhã quando fiz o exame e disseram que minha bebê estava morta na minha barriga. Foi desesperador, a pior notícia que eu poderia receber", desabafou a mãe.

Eu estava muito mal, sentindo muita dor, mas ninguém me ofereceu uma maca, uma cadeira de rodas, tive que sair andando pelos corredores do hospital, inclusive até o centro onde acontecem os partos", detalha a mãe.

"Nenhum médico queria fazer, não deram a mínima. Um dos médicos plantonistas se recusou a atender o pedido. Quando minha mãe disse que eu queria fazer a cesariana ele respondeu: tanta coisa que eu quero fazer e não faço também e simplesmente se afastou”. O médico foi denunciado pela acompanhante na ouvidoria da unidade. 

Bebê morto nasceu de parto normal

Lays conta que ainda ficou sentindo dores até meio dia quando seu bebê saiu da barriga via parto normal. "Nenhum médico foi me ver nesse período, só quando a minha bebê foi nascer já sem vida", lamentou dizendo que ainda ficou por pouco tempo se despedindo de sua bebê no colo. 

"Me ajude a buscar por justiça", clamou Lays.

NOTA DO HOSPITAL

Procurado pela reportagem, o Hospital Dom Orione lamentou a morte do bebê e disse que o caso está sendo apurado minuciosamente. Confira a nota:

“O Hospital Dom Orione reitera seu compromisso inabalável com a qualidade e segurança dos serviços prestados à população, e deseja expressar sua profunda consternação pela perda do bebê da paciente L.P.R.M. Neste momento, estamos conduzindo uma investigação minuciosa em colaboração com nosso corpo clínico, direção e o Núcleo de Segurança do Paciente, a fim de analisar cada detalhe do atendimento prestado.

É importante ressaltar que o Hospital Dom Orione adere rigorosamente aos protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, garantindo assim a excelência dos cuidados médicos e a segurança dos pacientes. Anualmente, realizamos mais de 6.000 partos e prestamos assistência a mais de 800 bebês na UTI Neonatal. Destes, mais de 90% são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), evidenciando o compromisso da instituição com a saúde pública e o bem-estar da comunidade.

Reafirmamos nosso comprometimento em esclarecer este caso de forma transparente e responsável”.

Bebê nasceu morto após parto normal.

Comentários (0)

Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

(63) 3415-2769
Copyright © 2011 - 2024 AF. Todos os direitos reservados.