Juiz manda despejar famílias tradicionais que vivem há 50 anos em área cobiçada por "grileiros da soja"

Por Redação AF
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10/11/2015 17h56 - Atualizado há 5 anos
Em cumprimento a determinação da Justiça de Goiatins (TO), cerca de 40 famílias tradicionais que ocupam a Gleba do Tauá, em Barra do Ouro, serão despejadas na próxima quinta-feira (12).  De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a área com 17,7 mil hectares pertence à União, mas é cobiçada pelos "grileiros da soja". sem casa O mandado de reintegração de posse foi expedido no último dia 24 de outubro pelo Juiz Luatom Bezerra Adelino de Lima, da Comarca de Goiatins (TO). Os detalhes para o cumprimento foram acertados numa reunião ocorrida no dia 29, na sede do 2º BPM em Araguaína. Dentre as pessoas que serão despejados está a líder camponesa Raimunda Pereira dos Santos, de 73 anos, que vive no local há mais de meio século. Lá ela cultivou a agricultura de subsistência e criou 11 filhos biológicos e dois adotivos, além de netos. A Pastoral da Terra considera o caso da camponesa como emblemático e questiona a decisão judicial que manda despejá-la. Afirma ainda que a decisão é injusta, causa estranheza e revolta.“São coisas absurdas que a gente não consegue entender como funciona a Justiça do nosso Estado", disse Edmundo Rodrigues Costa, coordenador da Pastoral em Araguaína. Ainda de acordo com Edmundo, a entidade já entrou com recurso no Tribunal de Justiça do Tocantins e espera reverter a situação.  O mandado de reintegração será cumprido nesta quinta-feira (12).  E o policiamento para manter a ordem sairá da cidade de Barra do Ouro às 7 horas da manhã. Consta no relatório do 2º BPM o despejo de 40 "posseiros", informou a CPT. Segundo a Pastoral, a prefeitura de Barra do Ouro ainda não providenciou abrigo para as famílias a serem despejadas.

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