Keslon Borges | Opinião

Notícias do Tocantins - A gestão responsável dos recursos públicos é essencial para garantir a eficiência dos serviços oferecidos à população e para manter o equilíbrio das contas públicas. No entanto, práticas como a contratação desenfreada de cargos comissionados, a realização de licitações de serviços desnecessários, o nepotismo e os gastos excessivos com eventos de inauguração e reformas de obras irrelevantes têm contribuído significativamente para o aumento do gasto público. Essas práticas comprometem a qualidade dos serviços públicos e levam ao aumento dos impostos para cobrir as dívidas criadas.

Contratação de servidores comissionados: A contratação para cargos comissionados, quando feita de forma indiscriminada e sem critérios técnicos, resulta em ineficiência administrativa. Muitos desses cargos são ocupados por indivíduos sem qualificação adequada, apenas por alianças políticas, o que afeta diretamente a capacidade de gestão e execução de políticas públicas eficientes. A sobrecarga na folha de pagamento compromete o orçamento destinado a áreas essenciais como saúde, educação e segurança.

Licitações de Serviços Sem Necessidade: A realização de licitações para serviços que não são prioritários ou necessários representa um desperdício de recursos públicos. Muitas vezes, essas licitações são influenciadas por interesses particulares e não pelo bem comum. O resultado é a destinação de verbas para áreas que não trazem benefícios diretos à população, enquanto serviços essenciais continuam subfinanciados.

Nepotismo: O nepotismo, prática de favorecer parentes e amigos em nomeações para cargos públicos, é um dos maiores entraves para a meritocracia e a eficiência administrativa. Quando cargos são ocupados por pessoas sem a devida qualificação, a prestação de serviços públicos sofre uma queda significativa de qualidade. Além disso, essa prática gera descontentamento e desmotivação entre os servidores que não são favorecidos pelo sistema de apadrinhamento.

Gastos com Eventos de Inauguração e Reformas Irrelevantes: Os gastos com eventos de inauguração e reformas de obras que não são prioritárias ou que possuem baixo impacto social representam uma utilização ineficiente dos recursos públicos. Esses eventos muitas vezes são realizados mais para promover a imagem de gestores públicos do que para atender às necessidades da população. Recursos que poderiam ser investidos em áreas críticas acabam sendo desviados para ações de caráter eleitoreiro.

Consequências para os Serviços Públicos e a População: A soma dessas práticas resulta em um aumento significativo dos gastos públicos sem a correspondente melhora na qualidade dos serviços oferecidos. Com a crescente dívida pública, o governo se vê obrigado a aumentar os impostos para cobrir os déficits, o que penaliza toda a sociedade. A população, que deveria ser a principal beneficiária dos recursos públicos, acaba pagando a conta de uma gestão ineficiente e irresponsável.

Para reverter esse quadro, é fundamental adotar medidas que promovam a transparência, a responsabilidade e a eficiência na gestão pública. A seleção de profissionais qualificados para cargos comissionados, a realização de licitações baseadas em necessidades reais, a erradicação do nepotismo e a priorização de investimentos em áreas essenciais são passos indispensáveis para garantir a sustentabilidade financeira do setor público e a melhoria da qualidade dos serviços oferecidos à população.

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Keslon Borges - Economista, Especialista em Gestão Pública e Educador Financeiro. Confira mais artigos do autor.

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