Merenda escolar

Sem aulas presenciais, pequenos produtores têm prejuízo de mais de R$ 800 mil em Araguaína

Sem a merenda escolar, Prefeitura deixou de investir até R$ 20 mil em cada contrato.

Por Redação
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09/04/2021 08h15 - Atualizado há 3 anos
Em 2019, mais de 100 produtores receberam quase R$ 950 mil

Os produtos da agricultura familiar têm prioridade na alimentação escolar das crianças de Araguaína. Todos os anos, a prefeitura busca destinar pelo menos 30% do orçamento da merenda aos pequenos produtores da região e pela primeira vez atingiu a meta em 2019.  Com a suspensão das aulas por causa da pandemia em 2020, o recurso que era pagamento certo e crescente foi comprometido em até R$ 20 mil por fornecedor.

Ao todo, a prefeitura deixou de investir mais de R$ 800 mil na agricultura familiar em 2020. Enquanto em 2019, mais de 100 produtores receberam quase R$ 950 mil, com a suspensão das aulas presenciais em 2020, somente 62 produtores entregaram alimentos e faturaram R$ 148 mil.

Durante o final do ano passado e no começo de 2021, quando as aulas foram presenciais, a alimentação foi servida aos alunos em suas carteiras, por servidores com luvas, avental, máscara e protetor fácil, para evitar contato nas filas e no refeitório.

Afeta a cadeia produtiva

A cooperativa de Harley de Lima deixou de entregar 40% da produção de polpa, um prejuízo de R$ 2 mil por mês. “Como nossa indústria tem maquinário para pacotes de 1 kg é difícil vender no mercado”, afirmou. Além disso, a produção parada afeta os fornecedores da matéria-prima. “Um produtor com 50 pés de caju só aproveitou as castanhas”, enfatizou o pequeno agricultor.
 
Uns superaram rápido, outros não

O valor que José Gomes vendia para alimentação escolar era R$ 1.800 mensais, o que já representou 70% da produção de hortaliças e mandioca. “A prefeitura dá preferência para comprar de produtores que moram mais perto da cidade e com isso sempre vendi bastante e paga melhor do que as lanchonetes e restaurantes que vendo hoje”, contou.
 
Apesar de trabalhar com os mesmos alimentos que José, Auriell da Silva não teve a mesma facilidade para continuar escoando sua produção, que dedicava até 60% para merenda escolar.

“A gente não tinha o hábito de vender fora do público e até conquistar um número bom de clientes demorou quase um ano. Foi uma queda de R$ 800 por mês. Hoje, eu vendo por delivery, o que depende da entrega em vários setores, no município era mais fácil”, relatou.
 
Entrega dos alimentos

A aquisição de produtos da agricultura familiar faz parte do Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), um recurso enviado pelo Governo Federal e administrado pela prefeitura. Cada produtor pode vender anualmente a cota de R$ 20 mil em produtos. São ofertadas frutas, verduras e ainda proteínas de origem animal, como carne de frango e mel.
 
Essa é para muitas crianças a única refeição de qualidade no dia. Os produtos são requisitados constantemente para manter uma programação do agricultor e o plano nutricional. Antes de 2018, eles entregavam diretamente nas escolas e em 2019 passaram a entregar os alimentos no galpão do Compra Direta. Com isso, nós otimizamos a logística dessa mercadoria”, explicou a secretária da Educação, Elizângela Moura.
 
Alimentos frescos

Além das escolas, a agricultura familiar é responsável pela produção dos hortifrútis ofertados em lares de idosos e orfanatos pelo Compra Direta. Junto ao PNAE, mais de R$ 1,2 milhão foram injetados na economia local por meio dos dois programas, em 2019.

(Ascom)

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