Campos Lindos

Prefeito pede e vereadores aprovam empréstimo de até R$ 20 milhões em pequena cidade

Projeto não diz quais obras serão executadas com o dinheiro.

Por Márcia Costa | Conteúdo AF Notícias 2.049
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29/11/2021 11h15 - Atualizado há 2 anos
Sessão na Câmara de Vereadores de Campos Lindos

Com apenas dois votos contrários, os vereadores da pequena cidade de Campos Lindos, no norte do estado, aprovaram um empréstimo no valor de até R$ 20 milhões que será contratado junto à Caixa Econômica Federal pela gestão do prefeito Romil Iakov Kalugin, mais conhecido como Romeu (Solidariedade).

O projeto dá como garantia os repasses constitucionais do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), a principal fonte de receita da prefeitura da cidade. Campos Lindos tem pouco mais de 10 mil habitantes.

O município é o maior produtor de soja do estado, mas vive um contraste em razão da elevada taxa de pobreza e desigualdade social, pois a riqueza está concentrada nas mãos de um pequeno grupo.   

Conforme o projeto enviado pelo prefeito à Câmara, o dinheiro será aplicado em infraestrutura, mas não especifica de forma detalhada quais obras serão executadas, o que ainda será estabelecido pela Lei Orçamentária Anual (LOA).

O projeto foi colocado em votação na quinta e sexta-feira da semana passada, dias 25 e 26 de novembro. Votaram a favor os vereadores Edivan Soares, Cleiton Soares, Isalene Ramos, Eliaguin Mendonça, Franco Licim e Paulo Luz. Foram contrários ao empréstimo apenas Wagner Resplandes e Carlos Alberto.

Wagner justificou o voto contrário na falta de transparência do projeto e ausência de parecer jurídico, além de considerar o valor muito alto para um município pequeno. “Sabemos que os repasses do município não tem valores altos, e a cidade pode ter uma quebra/queda na arrecadação, e futuramente o município vai sofrer. O prefeito vai começar a pagar daqui a 3 anos, ou seja, o novo gestor é que terá que arcar com esse débito”, explicou o vereador.

De acordo com o vereador Carlos Alberto, o projeto não é transparente. “É um projeto muito vago, não se pode chamar de projeto. É um pedido de autorização, pedido de assinar um cheque em branco, é o que eu entendo. Ele não diz quanto será gastado, se vai ter verba para alguma creche, temos uma há 15 anos que nunca funcionou. Para eu aprovar um projeto desse tenho que saber se é uma empresa que ainda vai ser contratada ou será um serviço feito pela Prefeitura. Não teremos como fiscalizar esse projeto, ele vai aplicar como quiser”, justificou.

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