Mesmo sem comorbidade, ele quase precisou ser entubado.
O autônomo Benedito Ribeiro Júnior da Silva, de 42 anos, ficou 17 dias em tratamento no Hospital Municipal de Campanha (HMC), em Araguaína. Mesmo sem comorbidade, ele chegou em estado grave e quase precisou ser entubado, mas a doença foi superada com a atenção médica, medicamentos e equipamentos de respiração.
Benedito recebeu alta nesta sexta-feira (5) com a presença da família e amigos, sendo a 10ª alta na unidade.
“Muita alegria em saber que Deus teve misericórdia da minha vida e peço pelos companheiros que estão aí dentro. Nós estivemos muito próximos da morte”, afirmou Benedito.
Após os primeiros sintomas, ele demorou quase uma semana para procurar ajuda médica. “Achávamos que era uma gripe e só fomos ao médico quando piorou. Fizemos o raio-x e o pulmão dele estava tomado. Tive muito medo”, relatou a esposa, Betiane da Costa, 40 anos.
Com a confirmação, todos os membros da família realizaram o teste para covid-19 disponível pela Secretaria Municipal da Saúde e o resultado surpreendeu porque somente ele teve a contaminação. “Que a população siga corretamente aquilo que é pedido para evitar a contaminação porque cada um reage diferente. Tive companheiro de 75 anos que em poucos dias saiu e eu, com 42 anos, estive aqui mais dias que ele”, alertou Benedito.
Tratamento
De acordo com Evandro Oliveira de Souza, médico rotinista do HMC, a doença é muito nova e ainda precisa de tempo para ser estudada. “A gente não sabe porque reage de uma forma em uma pessoa e diferente em outra. Sabemos que acaba desencadeando uma reação em cada sistema imunológico. Por isso, mesmo uma pessoa de 42 anos sem comorbidade pode chegar ao estado grave”, afirmou.
“Benedito teve entrada no HMC em estado grave e em fase de piora. Optamos, no limite do risco, para insistir no tratamento com ventilação não invasiva e medicamentos, e ele foi vencendo gradativamente a doença”, concluiu o médico.
Dentre os medicamentos usados estão hidroxicloroquina, hidralazina, cimeticona, cloreto de sódio, ceftriaxona, azitromicina, enxoparina e dipirona.
(Marcelo Martin)