Entrevista

Cirurgião plástico explica complicações pós-operatórias e lamenta morte de servidora

Segundo o cirurgião, Regina Pereira passou pela avaliação de risco pré-operatório como qualquer paciente passa antes de uma cirurgia.

Por Márcia Costa
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10/08/2018 17h11 - Atualizado há 5 anos

O cirurgião plástico Celso Mangili Eulálio falou sobre a morte da servidora pública aposentada Regina Pereira de Melo, de 62 anos, durante entrevista ao programa Viver Bem, na TV Amazônia, nessa quinta-feira (09).

Regina Pereira morreu na quinta após a realização de uma abdominoplastia feita no Hospital Maternidade Dom Orione. A cirurgia era a realização de um grande sonho da servidora.

O profissional relatou no programa que esse é o primeiro caso que ocorre em quase 20 anos dele como cirurgião plástico. “O falecimento aconteceu por complicações pós-operatórias completamente inesperadas, completamente fora do que é padrão”, disse.

Segundo o cirurgião, Regina Pereira passou pela avaliação de risco pré-operatório como qualquer paciente passa antes de uma cirurgia.

Afirmou também que não existe nenhuma complicação com 100% de probabilidade de prevenção. “Ainda que tenha medidas preventivas, nunca vai zerar os riscos. No caso da Dona Regina, todos os exames dela estavam normais, a única patologia de base era uma hipertensão arterial completamente controlada. Foi enquadrada no exame de risco pré-operatório cardiológico como classe I, que é o mínimo-melhor risco, e assim estava apta ao procedimento”, explicou.

Pós-operatório

Regina evoluiu bem no primeiro momento pós-operatório, mas teve falta de ar intensa 16 horas após a cirurgia. A primeira opção diagnóstica era do tronco embolismo.

O cirurgião relatou que chamou um cardiologista para avaliar a paciente. “Não tinha sinal de tronco embolismo pulmonar, investigamos e apontou que aquele não era o caso. Exames foram feitos, mas não confirmaram”, frisou.

A servidora evoluiu para um quadro de melhora após essa primeira complicação, mas depois apresentou outros problemas. “Ela passou por uma fase de melhora [...], mas depois desenvolveu um quadro mais fora do normal e teve uma extensão do abdômen, o intestino deixou de funcionar. Uma situação que não é uma complicação descrita do pós-operatório da abdominoplastia, pois o procedimento não envolve o interior da parede abdominal, mexe apenas na pele gordura subitânea”, disse o cirurgião. 

Celso Mangili também explicou que ainda chamou outro cirurgião para fazer uma cirurgia abdominal na paciente com o objetivo de encontrar algum problema.

“Para nossa surpresa, não foi encontrado nada que pudesse justificar esse fator. Essa evolução fora do inesperado para uma cirurgia como essa acabou levando ao óbito”, afirmou. O cirurgião ainda se solidarizou com a família. “Quero externar meus sentimentos à família e dizer que vou estar aqui sempre para toda coisa que vocês precisarem”, finalizou. 

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