O prejuízo aos cofres públicos gerados só no Tocantins chega a R$ 12,5 milhões.
O governo identificou o pagamento do auxílio emergencial a 680 mil servidores públicos. Os repasses ilegais, somados, chegam a R$ 1 bilhão e serão investigados pelo MPF (Ministério Público Federal).
As irregularidades foram identificadas em auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União).
No Tocantins foram detectados 8.227 servidores, gerando um prejuízo de R$ 12,5 milhões. No levantamento anterior foram identificados 4.112 servidores estaduais e municipais, ou seja, o número dobrou.
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Já no Brasil, no balanço anterior, divulgado em junho, a CGU tinha identificado 396.316 servidores cadastrados e um prejuízo de R$ 279,6 milhões. Ou seja, o número de servidores quase dobrou e os prejuízos aos cofres públicos mais que triplicou.
O Maranhão foi o estado que apresentou o maior número de servidores recebendo irregularmente, com 102 mil cadastros.
INVESTIGAÇÃO DO MPF
No mês passado, o TCU (Tribunal de Contas da União) decidiu enviar ao MPF uma lista com os beneficiários que supostamente cometeram fraudes para receber indevidamente o auxílio.
Diante das graves irregularidades, o ministro relator do processo, Bruno Dantas, decidiu enviar os "casos mais escandalosos" aos investigadores para que os beneficiários sejam processados criminalmente.
Há, por exemplo, aposentados da Justiça Federal e do Banco Central na lista do socorro do governo com aposentadorias de R$ 25 mil e R$ 50 mil por mês.
Número de servidores federais que receberam o auxílio irregularmente
- Civis: 14.182 (R$ 16,8 milhões)
- Militares ativos e inativos ou pensionistas: 52.001 (R$ 39,4 milhões)
- Funcionário de empresas estatais: 950 (R$ 1,5 milhão)
Número de servidores estaduais e municipais que receberam o auxílio irregularmente
- Acre: 1.962 servidores (R$ 2,8 milhões)
- Alagoas: 35.706 servidores (R$ 65 milhões)
- Amazonas:15.227 servidores (R$ 24,7 milhões)
- Amapá: 2.488 servidores (R$ 2,6 milhões)
- Bahia: 82.977 servidores (R$ 136,7 milhões)
- Ceará: 38.785 servidores (R$ 49,4 milhões)
- Distrito Federal: 1.590 servidores (R$ 2,5 milhões)
- Espírito Santos: 7.109 servidores (R$ 11,3 milhões)
- Goiás: 25.527 servidores (R$ 33,4 milhões)
- Maranhão: 102.985 servidores (R$ 168,8 milhões)
- Minas Gerais: 60.838 servidores (R$ 93,4 milhões)
- Mato Grosso do Sul: 6.383 servidores (R$ 8,9 milhões)
- Mato Grosso: 4.007 servidores (R$ 7,2 milhões)
- Pará: 10.538 servidores (R$ 17,5 milhões)
- Paraíba: 36.218 servidores (R$ 47,7 milhões)
- Pernambuco: 21.355 servidores (R$ 31,3 milhões)
- Piauí: 6.996 servidores (R$ 10,2 milhões)
- Paraná: 19.463 servidores (R$ 25,8 milhões)
- Rio de Janeiro: 40.998 servidores (R$ 64,1 milhões)
- Rio Grande do Norte: 20.277 servidores (R$ 25,9 milhões)
- Rondônia: 3.748 servidores (R$ 4,8 milhões)
- Roraima: 2.148 servidores (R$ 3,2 milhões)
- Rio Grande do Sul: 4.365 servidores (R$ 5,2 milhões)
- Santa Catarina: 5.180 servidores (R$ 7,2 milhões)
- Sergipe: 12.520 servidores (R$ 16,6 milhões)
- São Paulo: 35.826 servidores (R$ 44,4 milhões)
- Tocantins: 8.227 servidores (R$ 12,5 milhões)
(As informações são da Folha de S. Paulo)