Thaynara Rodrigues

Abandonada pela mãe ao nascer, jovem tira certidão de nascimento só aos 21 anos

Um cartão de vacina com a data de seu nascimento era o único documento que Thaynara possuía.

Por Redação 1.342
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15/02/2019 10h00 - Atualizado há 5 anos
Thaynara está de costas ao centro

Abandonada pela mãe logo após nascer, Thaynara Rodrigues conseguiu na Justiça o direito de expedir sua documentação pessoal aos 21 anos de idade, em Lagoa da Confusão.

“É o dia mais feliz de toda a minha vida. Agora eu vou existir na sociedade. Finalmente, eu serei cidadã”, disse ela emocionada.

Não ter documento pessoal ao longo de toda a sua vida foi um completo transtorno para Thaynara. Ela lembra que a falta do documento a impediu de trabalhar, estudar, viajar, ser atendida na rede pública de saúde, entre outros serviços essenciais.

“Para tudo me pediam documento. Em muitos casos eu até desistia porque era muito constrangedor ficar me humilhando pelo direito de estudar ou ir ao médico, por exemplo”, disse Thaynara.

Por razões como essas, a jovem de 21 anos estudou apenas até o 6º ano do ensino fundamental. Para ela, a vitória chega junto a uma série de planos para o futuro. “Vou voltar para a escola, concluir meus estudos e procurar um emprego”, afirmou.

“Não cabe em mim tanta felicidade, só Deus para explicar o sentimento que explode no meu coração neste momento. Não sei se choro ou se me acabo de sorrir”, disse Lícia Rodrigues, uma das cinco irmãs de Thaynara.

História

A mãe biológica abandonou Thaynara em Balsas (MA) e sumiu sem deixar qualquer pista sobre seu paradeiro ou sobre quem seria o pai da criança. 

Ainda recém-nascida, Thaynara foi adotada por uma mulher que conhecia sua mãe. No entanto, a mãe adotiva faleceu dois anos depois, em 200, sem tratar oficialmente da adoção, o que permitiria o registro legal da criança.

Depois Thaynara passou à guarda de um de seus irmãos socioafetivos, mas ele faleceu em 2013 e a jovem com 15 anos na época passou a ser cuidada pelas irmãs.

Um cartão de vacina com a data de seu nascimento é o único documento que Thaynara guardou ao longo de toda vida. “É graças a esse cartão que guardei a vida toda que hoje sei, pelo menos, a minha data de nascimento”, contou.

A família afetiva de Thaynara nunca deu prosseguimento a nenhuma documentação ou trâmites legais para adoção. Segundo Thaynara, isso ocorreu possivelmente por medo da mãe biológica retornar algum dia.

Quando atingiu a maioridade, ela decidiu procurar o seu ‘direito de existir’. No ano passado, ela recorreu à Defensoria Pública, que iniciou o processo para ela conseguir o direito à documentação pessoal.

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