Palmas

Atuação rápida da Defensoria confirma parentesco entre irmãos e viabiliza doação de órgãos

Problema foi solucionado em menos de 4 horas para liberar a captação de órgãos.

Por Redação
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26/05/2023 15h49 - Atualizado há 11 meses
Defensoria fez contato com cartórios de fora do Estado e cruzamento de dados

A divergência entre informações parentais de dois irmãos, em razão de erro na grafia do prenome e sobrenome da mãe de ambos, quase impediu um procedimento de doação de órgãos por parte de um deles, de 52 anos, que teve a morte cerebral. A doação autorizada pelo familiar, mas precisava provar o parentesco.

Informada sobre o problema, a Defensoria Pública do Tocantins (DPE-TO) atuou no caso extrajudicialmente, esclarecendo a situação e viabilizando, assim, a captação. Ao todo, cinco pacientes que esperam por transplante  serão beneficiados com as doações de fígado e rins (Brasília) e córneas (Tocantins).

O caso foi resolvido pela equipe do defensor público Fábio Monteiro dos Santos, nesta quarta-feira última (24), um dia após ser atestada a morte cerebral. Então, o irmão procurou a Defensoria visando autorizar a doação junto à Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do Hospital Geral de Palmas (HGP), que, inicialmente, foi quem informou a DPE-TO sobre o impasse.

O problema foi solucionado em pouco mais de quatro horas de atuação da equipe da Defensoria Pública nas tratativas com os cartórios de registro civil envolvidos na busca do cruzamento de dados familiares dos irmãos e o envio dos documentos coletados para a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos, comprovando, enfim, que as diferenças nas grafias nada mais eram do que erros de terceiros.

O defensor Fábio Monteiro disse que, se, eventualmente, a Defensoria Pública não tivesse entrado neste cenário, muito provavelmente a doação seria frustrada porque o serviço hospitalar não teria condições de fazer esta investigação documental para demonstrar o parentesco em tempo hábil, visto que a captação de órgãos é feita em curto prazo, de até 48 horas, e a coleta dos documentos originais envolviam cartórios de fora do Tocantins.

"Esta atuação técnica-jurídica da Defensoria Pública é de extrema importância, porque conseguimos sanar, de forma célere, um problema de ordem burocrática, envolvendo diálogos com cartórios de fora do Estado, análises de registros de nascimentos, ajuntamento de documentos de outros familiares para fins de comprovação de parentesco e tudo isto ainda no campo extrajudicial, sem a necessidade de se acionar o judiciário”, esclareceu o Defensor Público.

Por fim, Fábio Monteiro enalteceu o engajamento coletivo de diferentes instituições para a viabilização do processo final de doação dos órgãos.

“O trabalho realizado pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos é de imensa grandeza e, neste caso, deixou evidente o respeito conquistado pela Defensoria Pública junto à equipe de lá, visto que fomos imediatamente procurados pelo enfermeiro Vinícius Gonçalves Boaventura e esta agilidade colaborou com a rápida resolução do impasse. E é importante destacar, também, o quão solícitos foram os cartórios envolvidos, que colaboraram, de sobremaneira, para o desfecho positivo desta atuação. A partir da união de esforços, ajudamos com a promoção da melhoria de vida de outras pessoas”, ressaltou o defensor público Fábio Monteiro.

Caso similar

Esta não é a primeira vez que a DPE-TO atua na garantia de que órgãos possam ser inseridos no Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Em 2020, o erro de grafia no registro civil de um adolescente de 16 anos também quase inviabilizou a doação dos próprios órgãos, situação esta que foi revertida a partir de uma atuação em plantão, durante a madrugada, da Defensoria Pública. 

Como funciona a doação?

Para que aconteça a doação, é necessário que a família tenha conhecimento do desejo de ser doador, uma vez que parte dela a autorização para captação dos órgãos. A autorização deve ser concomitante ao quadro de morte encefálica, ou seja, quando ocorre uma perda definitiva das funções do cérebro e, por isso, a recuperação do paciente não é mais possível. Neste tipo de quadro, os órgãos permanecem ativos por um curto período de tempo, o que permite então a captação para que sejam remetidos aos receptores.

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