Tocantins

Marcus Marcelo critica imposição do Novo Ensino Médio e diz que não reflete realidade das escolas

Deputado ficou convencido de que a atual metodologia não reflete realidade das escolas.

Por Redação
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28/04/2023 15h00 - Atualizado há 11 meses
Marcus Marcelo presidiu a audiência e avaliou a discussão como positiva

A primeira audiência pública do Estado para discutir o novo ensino médio lotou o plenário da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto) nessa quinta-feira (27), véspera do Dia Mundial da Educação, comemorado nesta sexta-feira (28).  

Proposto pelo deputado estadual e presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto, Marcus Marcelo (PL), o evento reuniu centenas de estudantes, professores, deputados e representantes do Ministério Público, Senado e da Educação de todo o Estado.

Para Marcus Marcelo, que presidiu a audiência, o debate foi positivo e ouviu todas as partes. “A audiência deu voz a todos, inclusive para professores e alunos. A educação está na ponta e esteve representada aqui. Após ouvir a todos, vemos que a metodologia não casa com a realidade das nossas escolas. Aqui é a voz de quem vive a educação. Chega dessas decisões virem de cima para baixo”, afirmou o deputado.

O parlamentar explicou que reunirá os apontamentos de todos em um relatório e o entregará à bancada federal do Tocantins em Brasília. No Congresso Nacional, a senadora tocantinense professora Dorinha é presidente da Comissão Mista de Educação e relatora da Subcomissão Temporária do Senado criada para debater e avaliar o ensino médio no Brasil.

Enem não está adaptado

O representante dos estudantes secundaristas do Tocantins, Bernardo Adler, citou que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não está adaptado para o novo ensino médio e isso aumenta mais o antagonismo entre os ensinos privado e público. “Colégios privados ainda não abraçaram a nova política do novo ensino médio e tem mais infraestrutura”, afirmou.

Falta de habilidades e carga horária

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins (Sintet), José Roque Santiago, não houve um debate anterior para que mexesse com quem foi impactado.

“Trilhas e tantas outras habilidades não têm professores habilitados para essa nova modalidade. Temos muitos companheiros preocupados em lecionar uma matéria que ele nunca viu na sua vida. Não houve o preparo dos profissionais para ministrar as aulas”, afirmou.

O promotor de Justiça Benedicto de Oliveira citou que a ampliação da carga horária é um dos problemas para a implementação do novo ensino médio. “E como fazer com os estudantes do ensino noturno, que trabalham durante todo o dia? É algo que precisamos refletir”, frisou.

Mais participação

O presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), Evandro Borges, elogiou a abertura da Aleto para as classes debaterem. “Já nos reunimos três vezes nessa semana com a Comissão de Educação e, pela primeira vez, essa Assembleia está de fato aberta à discussão”, pontuou.

A representante da Secretaria Estadual da Educação, superintendente Celestina Maria Souza, falou da importância do debate como mudança. “A implementação nos mostra que têm muitos ajustes necessários a serem feitos e a Secretaria da Educação, enquanto agente público, vem tentando organizar o sistema e atender as demandas desde a publicação da lei. Estamos juntos no debate e dispostos a fazermos o melhor pela Educação no Estado”, garantiu.

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