Presidente criticou prefeitos e governadores por medidas contra a pandemia.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) rebateu a fala do presidente República, Jair Bolsonaro, nesta terça-feira, 7 de setembro, em relação às medidas adotadas por prefeitos para o enfrentamento da pandemia. Ele criticou as restrições impostas durante discurso na Avenida Paulista.
A entidade municipalista destacou que "as ações de restrição de circulação e atividades econômicas adotadas pelos gestores locais salvaram milhares de vidas no Brasil, apesar da postura contrária do chefe do Executivo federal".
A CNM também lembrou que o Brasil já perdeu mais de 584 mil vidas em decorrência das coronavírus. E alertou que a "ação de prefeitos e prefeitas, embasada pela Constituição e reforçada em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), foi determinante para que esse quadro não fosse ainda mais grave, já que não houve a coordenação nacional necessária para o enfrentamento dessa crise mundial e que transcende o planejamento local".
Por fim, a entidade apontou que os "Municípios primaram por medidas que tomaram por base a ciência, e não posicionamentos políticos e eleitoreiros, evitando, com isso, uma verdadeira catástrofe no país".
As postagens da CNM foram uma resposta à fala de Bolsonaro na qual ele afirmou que a ação de governadores e prefeitos foi pior do que o vírus e contrária à Constituição Federal.
ENTENDA
Em São Paulo, na Avenida Paulista, o presidente Jair Bolsonaro criticou as decisões de prefeitos e governadores na pandemia.
“Tinha de esperar um pouco mais para que a população fosse se conscientizando do que é um regime ditatorial. Pior do que o vírus foram as ações de alguns governadores e prefeitos”, disse, novamente criticando políticos que optaram por seguir as orientações da ciência relacionadas, especialmente, ao distanciamento social e uso de máscara.
Diante de apoiadores pedindo “liberdade”, Bolsonaro diz que defende a democracia, mas que não pode aceitar participar de uma “eleição que não oferece qualquer segurança”. Sem mencionar nominalmente o ministro Luís Roberto Barroso, disse ainda que o sistema eleitoral não pode ser definido por uma única pessoa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Não posso mais participar de uma farsa patrocinada pelo presidente do TSE.”