A sessão de julgamento foi marcada por várias interrupções e ausência dos vereadores cassados.
A Câmara Municipal de Augustinópolis, no norte do Tocantins, cassou os mandatos de todos os dez vereadores que foram afastados pela Justiça no dia 25 de janeiro por suspeita de recebimento de propina da prefeitura em troca da aprovação de projetos de autoria do prefeito. O esquema ficou conhecimento como 'mensalinho'.
A sessão de julgamento começou por volta das 20h desta terça-feira (18) e só terminou às 2h da madrugada desta quarta-feira (19), com muitas interrupções.
Foram cassados os vereadores Luizinha (PP), Toinho (PTB), Antônio Barbosa (SD), Antônio Queiroz (PSB), Neguin da Civil (MDB), Ozeas (PR), Nildo Lopes (PSDB), Ângela da Rapadura (PSDB), Marcos da Igreja (PRB) e Vaguin do Hospital (MDB).
Os dez vereadores envolvidos no suposto esquema de propina não participaram da sessão de julgamento. Estavam apenas os suplentes que assumiram as vagas, o presidente da Câmara, Cícero Moutinho (PR), os advogados de defesa e populares.
O atraso no início da sessão e as sucessivas pausas fizeram com que a defesa dos acusados se retirasse do plenário sem assinar a ata e antes que o presidente da Casa decretasse a cassação dos parlamentares.
A defesa deve recorrer à Justiça para suspender a decisão da Câmara. Os advogados alegam falta de imparcialidade e suposto cerceamento do trabalho da defesa, além de supostos erros no processo.
Entenda
Investigações do Ministério Público, juntamente com a Polícia Civil, resultaram na operação denominada 'Perfídia', que descobriu um suposto esquema de exigência de propina envolvendo os vereadores para aprovação de projetos enviados pela prefeitura.
A operação 'Perfídia' indica que os vereadores recebiam uma mesadinha de até R$ 40 mil desde o início da legislatura, em 2017.