Brasília

Secretário nega interferência política na Polícia Civil e delegado avisa: 'não aceitamos cabresto'

Delegados, representantes da categoria e parlamentares participaram da audiência que durou 5h.

Por Redação 626
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05/09/2019 14h45 - Atualizado há 4 anos
O secretario defendeu o novo estatuto e afirmou que as mudanças não interferiram nas investigações

O secretário de Segurança Pública do Tocantins Cristiano Barbosa Sampaio participou da audiência realizada nesta quarta-feira (4) na Câmara dos Deputados em Brasília para prestar esclarecimentos sobre a extinção da Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma).

Também convidado para participar da audiência, o governador Mauro Carlesse (DEM) não compareceu, bem como o ex-diretor geral da Polícia Civil, Rossílio Correia.

Outros delegados e representantes da categoria juntamente com o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins (Sindepol/TO), Mozart Felix, participaram da audiência.

O secretário defendeu a criação do novo manual da Polícia Civil, que ficou conhecido como 'Lei da Mordaça', alegando que as mudanças foram feitas para melhorar o trabalho de divulgação do trabalho da Segurança Pública. “O antigo manual era omisso em vários aspectos absolutamente relevantes. Com os regimentos que foram implementados, a Secretaria de Segurança Pública é a que mais comunica no Estado” disse.

SEM INTERFERÊNCIA POLÍTICA

Questionado a respeito da interferência política no trabalho de investigação da Polícia Civil, o secretário negou. "Eu tenho feito uma gestão baseada em evidências, buscando ética, buscando correção e tenho igualmente a preocupação no combate à corrupção. Não tem uma informação aqui que eu tenha feito qualquer obstáculo a este tipo de coisa. Então eu fico muito tranquilo", afirmou.

O combate à corrupção no Estado tem seguido as orientações do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O que houve de fato é que a extinta DRACMA hoje é uma divisão de combate à corrupção, ganhou maior importância, maior estrutura orgânica e com a alteração do seu status não prejudicou o andamento das investigações existentes”, explicou o secretário.  

Alguns delegados que participam de investigações a respeito do envolvimento de representantes públicos em atos de corrupção estavam presentes na audiência.

ATUAÇÃO COMPROMETIDA QUANDO ENVOLVE O GOVERNO

O delegado Guilherme Rocha, titular da extinta Dracma, disse que quando as investigações agradaram ao Governo receberam apoio, quando desagradaram há retaliação.

Ele afirmou que durante a operação ‘Jogo Limpo’, no primeiro semestre de 2018, onde a gestão do município de Palmas à época era oposição, a DRACMA obteve todo apoio do Governo chegando a contar com três assessorias especiais e que após o caso do escândalo do lixo hospitalar em Araguaína, envolvendo o líder do governo e a Secretaria da Saúde, a DRACMA caiu em desgraça com o governo.

“A gente não abandona nossos princípios que é a plenitude de atuação. Não há meio combate à corrupção, o combate é pleno. Não há investigação de cabresto. Se for para enfrentar e combater corrupção no atual Governo do Estado combateremos. Quando a investigação agrada,  nos fortalece. Quando a investigação desagrada nos retiram o fortalecimento. Somos polícia de Estado e não aceitamos cabresto", disse o delegado.

A audiência que durou mais de quatro horas participaram diversos parlamentares e autoridades da segurança do país como o deputado federal Eli Borges (SD), Carlos Gaguim (Podemos) e o representante da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil (FENDEPOL), Rodolfo Queiroz Laterza.

As conclusões sobre a audiência ainda não foram divulgadas.

Confira a audiência completa:

Vídeo

 

Diversos delegados envolvidos nas investigações de combate a corrupção estivem na audiência

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