Covid-19

Profissionais e pacientes do HMC de Araguaína fazem relatos dramáticos e emocionantes

Unidade é referência para tratamento de pacientes infectados pela covid.

Por Redação
Comentários (0)

02/09/2021 09h35 - Atualizado há 2 anos
Unidade fica no Setor Jardim das Flores

“Foram dias em que eu busquei ter esperança, humanização, confiança na equipe e de que tudo que estávamos fazendo teria resultado positivo”.

O depoimento de Samantha Vitorino Coelho, coordenadora administrativa do Hospital Municipal - Unidade Covid-19 de Araguaína, popularmente chamado de Hospital Municipal de Campanha, resume um pouco do sentimento vivenciado pelos 280 colaboradores da unidade durante os mais de 15 meses de funcionamento.

A unidade foi entregue em novembro de 2020 pela Prefeitura de Araguaína, no Setor Jardim das Flores, em prédio novo, e está em funcionamento desde 21 de maio de 2020, gerenciada pelo Instituto Saúde e Cidadania (ISAC).

Ela é referência em todo o Tocantins para tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus. No total, até julho de 2021, 6.762 pessoas passaram pelo pronto atendimento da unidade. Desses, 1.254 usuários foram internados, 806 receberam alta, 194 foram transferidos e 254 vieram a óbito.

Fé e esperança

O jornalista e pastor Luciano Galvão buscou atendimento no HMC quando já estava com problemas respiratórios causados pela covid-19. Era para ficar no oxigênio algumas horas, mas o quadro piorou.

“Quando me falaram que eu seria intubado, fiquei desesperado. Parecia que, para mim, tinha acabado tudo. Foi quando a enfermeira Paula pegou na minha mão e disse que tudo daria certo. Quando retornei da intubação, para a glória de Cristo, a equipe inteira estava comigo, cuidando de mim”, conta Luciano.

O jornalista lembra que é preciso viver cada momento, valorizar as pessoas e plantar aquilo que é bom.

“Quero agradecer a equipe do hospital de campanha, a todos os médicos, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, o pessoal da limpeza, o pessoal do alimento, todos foram muito bons para mim”, afirma.  

Desafio e evolução

Samantha Coelho ressalta que trabalhar em uma unidade covid-19 desde o primeiro dia foi um desafio pessoal e profissional, já que se tratava de algo novo no mundo.

“Estávamos diante de um cenário de guerra. Nós nunca havíamos presenciado até então os efeitos de uma pandemia, então isso causou muita estranheza e medo”, confessa.

A realidade diária foi, e ainda é, um verdadeiro desafio emocional para os colaboradores que estão na linha de frente. Contudo, a evolução pessoal e profissional também é uma marca forte entre os profissionais.

Para Paula Thatyany, enfermeira e supervisora da UTI, todo dia é dia de dar o melhor para proporcionar um atendimento eficiente e humanizado a cada paciente que passa pela unidade.

“Minha evolução foi significativa, pois a cada dia eu olhava uma admissão, uma alta ou até mesmo o óbito. Com o passar dos dias, fui observando que lidar com vidas é uma situação muito delicada, de que precisamos ser mais fortes e humanos para sabermos lidar com todas as situações que víamos na UTI”, enfatiza a enfermeira.

Reforços de todo o Tocantins

Vinda de Gurupi, a fisioterapeuta Georgia Stefani precisou ficar longe do marido, filho e família para se dedicar aos pacientes do Hospital de Campanha de Araguaína. Mesmo depois de mais de um ano, ela ainda se lembra do seu primeiro paciente, da evolução na UTI até o dia da alta.

Para ela, toda a experiência na unidade é um grande aprendizado, lidar com as emoções e ser ainda mais humano, de entender a dor do outro e de dar importância a coisas simples, como receber e dar um ‘bom dia’.

"Aprendi a valorizar cada momento, pois nunca sabemos quando será a última vez que poderemos abraçar alguém. Acho que essa é uma das maiores lições que a covid-19 está nos deixando”, finaliza Georgia.

O trabalho continua

A motivação dos colaboradores do HMC é reforçada a cada nova alta médica, com a redução no número de internações e o avanço da vacinação. E o aprendizado que fica é o do amor. "De toda essa experiência que vivenciei e continuo vivenciando, o que eu levo para a vida é que devemos amar cada dia mais", comenta Samantha.

Com 30 leitos, sendo 20 clínicos e 10 de UTI, a unidade hospitalar conta com uma equipe multiprofissional composta por médicos, bioquímicos, farmacêuticos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, odontólogos, fonoaudiólogos e demais profissionais em saúde.

Paciente Luciano Galvão

Comentários (0)

Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

(63) 3415-2769
Copyright © 2011 - 2024 AF. Todos os direitos reservados.