<span style="font-size:14px;">A CPI do Igeprev aprovou na manhã desta terça-feira, dia 4, a convocação de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, indiciado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que apura desvios na Petrobras.<br /> <br /> Apresentada pelo deputado Sargento Aragão (PROS), a solicitação pretende aprofundar o depoimento de Meire à CPI da Petrobras em Brasília. De acordo com o parlamentar, Meire teria mencionado o Instituto de Previdência do Tocantins nos relatos de desvios promovidos por Youssef.<br /> <br /> Na mesma reunião foi lido ofício do secretário de Segurança Pública, José Eliú, comunicando a substituição do delegado de polícia que assessorava a CPI, José Evando de Amorim, pelo também delegado Alberto Carlos Rodrigues Cavalcante. Segundo Eliú, José Evando recebeu aposentadoria voluntária, o que causou seu afastamento do apoio técnico à comissão de investigação.<br /> <br /> Mediante solicitação aprovada em reunião anterior, uma visita da CPI à Polícia Federal foi agendada para as 15 horas da quinta-feira, dia 6. Os deputados Sargento Aragão (PROS), Zé Roberto (PT) e Ricardo Ayres (PSD) irão até Brasília para colher informações sobre envolvimentos de autoridades do Tocantins no desvio dos recursos do Igeprev. </span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;"><u><strong>Depoimento de Meire Poza: Igeprev</strong></u><br /> <br /> Em depoimento à CPI da Petrobras, no dia 8 de outubro, Meire Bonfim Poza afirmou ter sido procurada por um assessor do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), João Lima, para operar investimentos do Igeprev, instituto de previdência do governo de Tocantins. Segundo o que o assessor teria relatado à contadora, “eles precisavam da comissão para pagar dívida de campanha’.<br /> <br /> Naquela ocasião, segundo Meire, não havia qualquer relação com os negócios de Youssef. Posteriormente é que houve um aporte de R$ 13 milhões do Igeprev nas empresas do doleiro. <br /> <br /> — <em>Não sei se João Lima pagou dívida de campanha. O que sei é que esses mesmos personagens fizeram a operação dos R$ 13 milhões do Igeprev. Como são os mesmos personagens, posso supor que o assessor de Vaccarezza tenha participado dessa intermediação entre o fundo de Youssef e o Igeprev</em> — afirmou Meire Poza<br /> <br /> A ex-contadora contou ainda que, em 2012, ela pedi para sair da GFD, empresa do doleiro, quando houve uma operação do Igeprev e soube que "não era boa".<br /> <br /> - <em>Em 2011, o Assessor do Deputado Cândido Vaccarezza me procurou e perguntou se eu tinha contatos com agentes autônomos de investimento, e ele falou que teria algum espaço para fazer operação no Igeprev, no Tocantins, e se haveria algum agente autônomo que tivesse algum fundo para colocar lá, porque eles precisavam da comissão para pagar a dívida de campanha</em>, relatou Meire.<br /> <br /> E continuou: "<em>Em março 2012, quando houve essa operação com o fundo, especificamente com o Igeprev, foi uma operação que me incomodou bastante. Naquela ocasião, eu tentei me desligar da GFD. Ai recebi um recado que era o seguinte: para eu ficar quietinha porque eu tinha uma filha para criar. Eu fiquei quietinha e continuei na GFD</em>", disse Poza.</span>