A casa abriga atualmente 26 estudantes e suas famílias de várias etnias.
Criminosos invadiram a casa do Estudante Indígena em Araguaína e fizeram uma 'limpa' no local. Os estudantes estavam nas aldeias passando as férias e se depararam com as portas arrombadas quando retornaram nesta segunda-feira (27).
A suspeita é que o crime tenha ocorrido durante a madrugada. Vários objetos foram levados, como botijão de gás, televisão, ventilador, espelhos, motor/gerador de luz, roupas e joias.
"Ficamos sabendo que a casa havia sido invadida. Quando cheguei fui verificar e dei de cara com as portas arrombadas. Levaram muita coisa, até roupa de vestir. Estamos indignados com a situação porque não é de hoje que falamos da falta de segurança e da falta de estrutura dessa Casa", contou Gleucione Majawari Karajá”, estudante.
A casa abriga atualmente 26 estudantes e suas famílias das etnias Xerente, Guarani, Karajá Xambioá, Krahô Kanela que estudam na Universidade Federal do Tocantins (UFT). Os imóveis construídos com madeira correm o risco de desabar a qualquer momento. O muro já desabou e o mato invadiu as casas. O local é administrado pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
"Atualmente estamos em busca de um futuro melhor para nossas famílias. A FUNAI como órgão federal deveria dar apoio aos estudantes. Isso é desumano, ficamos preocupados porque também vivem criança e a casa corre risco de cair sobre nossas cabeças", disse Gleucione.
O Ministério Público Federal ajuizou no final de 2019 uma ação para obrigar a FUNAI e a União Federal a realizarem obras emergenciais de reforma ou reconstrução das edificações da casa, mas nada foi feito até agora.
De acordo com os estudantes, a casa não recebe nenhum benefício há mais de 20 anos e várias denúncias já foram feitas.