<span style="font-size:14px;">Foi aprovado nesta terça-feira, (3), em regime de urgência, requerimento do deputado Sargento Aragão (PROS) que pede informações ao Instituto de Gestão Previdenciária (Igeprev). No documento, o parlamentar solicita um relatório sobre investimentos do instituto, situação de aplicações financeiras, origem e total de perdas já contabilizadas, e evolução patrimonial da entidade.<br /> <br /> Para o deputado, o “Parlamento deve se municiar de quanta informação puder a fim de dar clareza e celeridade aos seus trabalhos. Não é mais tabu a situação do Igeprev, detalhadamente documentada em diversas e recentes auditorias do Ministério da Previdência Social (MPS). Certo é que, até o momento, não se tem notícia de nenhuma providência saneadora para preservar o patrimônio público e a segurança do servidor tocantinense”.<br /> <br /> <u><strong>Entenda</strong></u><br /> <br /> O “desaparecimento” de recursos do Igeprev veio à torna no bojo da Operação Miqueias da Polícia Federal que desbaratou um esquema de desvio de recursos públicos de fundos de pensão dos Estados e de municípios.<br /> <br /> A operação derrubou pelo menos dois auxiliares do governo do Tocantins: o secretário de Esportes, deputado Eduardo Gomes (SDD), e o presidente do Igeprev, Rogério Vilas Boas Correia, suspeitos de participarem do esquema de desvio de recursos públicos.<br /> <br /> Vila Boas pediu exoneração no dia 27 setembro do cargo que ocupava desde o dia 30 de janeiro de 2013. Vila Boas é suspeito de pertencer ao esquema do doleiro Fayed Trasboulsy, considerado o chefe da quadrilha. Gomes deixou o cargo no dia 11 de outubro conforme ato publicado no dia Diário Oficial do Estado desta data.<br /> <br /> Eduardo Gomes teve o seu nome citado 20 vezes em gravações da Polícia Federal que investigou o caso durante 18 meses. Processo contra o deputado corre em segredo de justiça no Supremo Tribunal Federal, corte que tem a atribuição de julgar autoridades.<br /> <br /> Integrantes da suposta organização criminosa aliciavam prefeitos e gestores de regimes próprios de previdência social a investir em fundos de pensão geridos pela quadrilha, o que caracterizava desvio de recursos. A operação desencadeada no dia 19 de setembro de 2013 cumpriu 27 mandados de prisão e 75 busca e apreensão no Distrito Federal e mais nove Estados.<br /> <br /> Conforme relatório de auditores do Ministério da Previ¬dência Social, em agosto de 2012, o Igeprev já possuía aplicações irregulares e ilegais em dez fundos, o que teria causado prejuízos de R$ 153,6 milhões com o BVA (liquidado), R$ 143 milhões no Diferencial (liquidado pelo BC) e R$ 46 milhões no FIDC Trendbank, administrado pelo banco Cruzeiro do Sul (também liquidado). Este rombo está estimado em R$ 300 milhões.<br /> <br /> Atualmente, há um déficit atuarial de R$ 13 bilhões nos cofres do Instituto de Previdência Social do Estado do Tocantins (Igeprev) e a perspectiva é de que, a partir de 2018, o Instituto não tenha aporte financeiro para pagar os proventos de aposentadoria e pensão aos servidores.</span>