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Deputados do Tocantins priorizaram os mais ricos na vacinação contra covid-19, diz SOMOS

'A vacina deve ser um bem comum da humanidade'.

Por Redação 2.113
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07/04/2021 15h51 - Atualizado há 3 anos
Coletivo SOMOS critica posicionamento de deputados federais

O Coletivo SOMOS criticou os deputados federais do Tocantins Carlos Gaguim, Professora Dorinha, Dulce Miranda, Tiago Dimas, Eli Borges e Osires Damaso pelo posicionamento favorável ao Projeto de Lei nº 948 de 2021, que afrouxa as condições para que grandes empresários comprem vacinas contra o Coronavírus.

De acordo com o grupo, o projeto enfraquece o SUS, fragmenta a vacinação, dá prioridade para os mais ricos e fragiliza as possibilidades de planejamento sanitário e de saúde.

“O projeto aprovado prevê que empresas comprem vacinas aprovadas pela Anvisa ou certificadas pela OMS. Os laboratórios só estão negociando com governos de países, logo, a compra será feita via Ministério da Saúde, que pode servir como laranja para empresários bilionários”, explicou a comunicadora Rafaela Lobato.

Ela esclareceu ainda que apenas as grandes corporações serão beneficiadas com essa decisão. “Ou seja, se você é dono da Coca-Cola, da Havan ou parente de algum deles, parabéns! Você ‘furará’ a fila da vacinação. Agora, se você é pequeno ou médio empresário e não dispõe de milhões para comprar o imunizante, sente aqui e bora conversar”, disse.

Para o mestrando em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação da UFT, Dilson Júnior, a aprovação do projeto institucionalizará um crime contra a população mais pobre do Brasil. “É um crime institucionalizado e fará com que as pessoas mais vulneráveis continuem à margem da vacinação. Se a gente achava ruim e já reclamava da segregação por conta dos Drive-Thrus, imagine agora que nós, enquanto Sistema Único de Saúde, teremos que disputar essa compra com bilionários?”, questionou.

De acordo com a pesquisadora Thamires Lima, o SOMOS tem acompanhado muitas discussões que podem auxiliar nesse processo. “Sugerimos aos parlamentares, principalmente aos tocantinenses, que foquem seus esforços para uma luta conjunta pela quebra de patentes. Isso promoveria a agilidade na vacinação no Brasil e no mundo. A vacina contra a COVID-19 deve ser um bem comum da humanidade”, destacou.

O estudante da UFT, Augusto Brito, também fez um pedido de apoio aos senadores do Estado, que analisarão a matéria após a aprovação total do PL na Câmara. “O SOMOS pede encarecidamente que eles não compactuem e não contribuam com a morte de milhares de brasileiros e tocantinenses. Priorizar os mais ricos pode deixar a gente e quem a gente ama sem a imunização”, finalizou. 

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