Cerca de 42 mil pessoas perderam empregos neste início de ano.
A taxa de desocupação no Tocantins aumentou em 5,1 pontos percentuais no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período do ano anterior e ficou em 16,3%. Com relação ao trimestre anterior, houve alta de 5,8 pontos, a maior do país.
É o que mostra a pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (27), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A população desocupada no Tocantins chegou a 123 mil pessoas, aumento de 42 mil pessoas (51,5%), em relação ao mesmo período de 2020. Frente ao trimestre anterior, houve incremento de 47 mil pessoas, ou seja, variação de 62,8%.
No último trimestre de 2020, o mercado de trabalho tocantinense vinha apresentando uma leve recuperação: com alta no nível de ocupação (de 47,3% para 51%) e queda na taxa de desocupação (de 12,2% para 10,5%). Porém, nos três primeiros meses do ano, o nível de ocupação ficou em 49,1% e o desemprego avançou. Analisando a série histórica da pesquisa, o aumento da taxa de desocupação do Tocantins (16,3%) é o maior registrado pelo IBGE desde 2012.
Segundo a pesquisa, os trabalhadores formalizados no estado passou de cerca de 122 mil para 114 mil pessoas, ou seja, apenas 60% dos empregados do setor privado tinham carteira de trabalho assinada. O Tocantins apresentou a 7ª menor taxa do país. As Unidades da Federação que apresentaram os maiores índices foram Santa Catarina (88,4%), Rio Grande do Sul (84,7%), Paraná (83,8%) e São Paulo (82,7%). Os menores percentuais foram do Maranhão (48,0%), Piauí (54,5%) e Pará (54,6%).
O percentual de pessoas trabalhando por conta própria no estado no 1° tri de 2021 foi de 28,5%, se mantendo estável em relação ao último trimestre de 2020 (28,8%). As Unidades da Federação com os maiores percentuais foram Amapá (37,2%), Amazonas (35,4%) e Maranhão (35,2%) e os menores, Distrito Federal (20,2%), São Paulo (24,0%) e Minas Gerais (24,9%), as únicas UFs com percentual abaixo de 25%.
A taxa de informalidade do Tocantins ficou em 44,6% da população ocupada do estado, ou seja, quase metade dos trabalhadores. Em relação ao trimestre anterior (45,2%), o índice permaneceu estável. As maiores taxas ficaram com Maranhão (61,6%), Amazonas (59,6%) e Pará (59,0%) e as menores, com Santa Catarina (27,7%), Distrito Federal (29,3%) e São Paulo (29,5%).
Para o cálculo da proxy de taxa de informalidade são consideradas as seguintes populações: empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada; empregado doméstico sem carteira de trabalho assinada; empregador sem registro no CNPJ; trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ; trabalhador familiar auxiliar.
Rendimento
O rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelos tocantinenses de 14 anos ou mais de idade, ocupados na semana de referência, foi estimado em R$ 2.249, no primeiro trimestre de 2021. Este resultado apresentou alta de 2,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Os maiores valores foram do Distrito Federal (R$ 4.345), Rio de Janeiro (R$ 3.264) e São Paulo (R$ 3.202) e os menores, do Maranhão (R$ 1.484), Piauí (R$ 1.569) e Bahia (R$ 1.597). Tocantins registrou o 13ª maior rendimento médio.
Sazonalidade
A taxa de desocupação do país no 1° trimestre de 2021 foi de 14,7%, um aumento de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2020 (13,9%) e aumento de 2,5 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2020 (12,2%).
Frente ao trimestre anterior, a taxa de desocupação avançou em oito unidades da Federação, com estabilidade nas demais. Os maiores aumentos foram no Tocantins (5,8 pontos percentuais), Pará (2,9 p.p.), Maranhão (2,5 p.p.) e Piauí (2,5 p.p.).
As maiores taxas de desocupação foram em Pernambuco e Bahia (ambos com 21,3%), seguidos por Sergipe (20,9%) e Alagoas (20,0%). As menores taxas foram as de Santa Catarina (6,2%), Rio Grande do Sul (9,2%), Paraná (9,3%) e Mato Grosso (9,9%), as únicas abaixo de 10,0%.
“Norte e Nordeste tiveram aumento significativo da procura por trabalho no primeiro trimestre de 2021, elevando a taxa de desocupação nessas duas regiões. Nas outras regiões, o cenário foi de estabilidade na desocupação e na ocupação na comparação trimestral”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
De acordo com Beringuy, o aumento na procura por trabalho já era esperado em razão da sazonalidade: no fim do ano, há contratações temporárias e, no início do ano, há a dispensa dos empregados. “Analisando a nossa série histórica, no nível nacional, é possível verificar esse comportamento sazonal no início de cada ano, que é a expansão da população desocupada. Isso faz com que a taxa de desocupação cresça, principalmente, no primeiro trimestre”, explica.
(Wendy Almeida)