<span style="font-size:14px;">O deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (PTB) passou a integrar a lista dos denunciados pelo rombo milionário nas contas do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev). A inclusão do ex-presidente do Conselho de Administração do Igeprev foi a pedido do Ministério Público Estadual que já havia ingressado com ação, em junho, contra os outros responsáveis pelos investimentos que resultaram em prejuízos ao instituto.<br /> <br /> As investigações do MPE mostraram que o problema financeiro no Igeprev começou quando o concelho de administração mudou a política de investimentos. O órgão passou a aplicar dinheiro em fundos privados sem garantia de que teria lucro.<br /> <br /> Essa alteração aconteceu em 2012, quando Eduardo Siqueira Campos era presidente do conselho de administração. Foi durante a gestão dele que o superintendente Edson Santana Matos, conforme o MPE, resgatou dinheiro de bancos oficiais para aplicar em fundos privados sem observar as recomendações do Ministério da Previdência Social, Conselho Monetário Nacional (CMN) e Banco Central (BC).<br /> <br /> <u><strong>Aplicações</strong></u><br /> <br /> Uma das aplicações foi feita em uma agência de viagens relacionada ao doleiro Alberto Youssef e causou um dano de mais de R$ 12.599.593,59 para o instituto. Segundo o promotor Adriano Neves, o deputado praticou atos de improbidade administrativa.<br /> <br /> Consta no processo que Eduardo Siqueira Campos não foi incluído na primeira ação porque não era o responsável direto pela aplicação nos fundos. Mas o promotor afirma que ignorá-lo é “aceitar a política da avestruz ou teoria da cegueira deliberada, na qual o agente finge não enxergar a ilicitude da procedência de bens, direitos e valores com intuito de auferir vantagens.”<br /> <br /> Isso porque foi Eduardo Siqueira Campos, que indicou os gestores denunciados: Edson Santana, Rogério Vilas Boas, Gustavo Furtado e Lúcio Mascarenhas. A ação também pede que os bens do deputado sejam bloqueados no mesmo valor dos danos aos cofres públicos.<br /> <br /> O deputado foi procurado e disse, em nota, que não autorizou, não foi consultado e nem teve conhecimento sobre os critérios de escolha para as aplicações do Igeprev. Segundo ele, isso era feito pelo diretor financeiro do órgão.<br /> <br /> Já o ex-presidente do Igeprev Lúcio Mascarenhas disse por telefone que só vai se manifestar depois que tiver acesso ao processo. Entretanto, afirmou que só fez investimentos em fundos autorizados pelo BC e pela comissão de valores imobiliários.<br /> <br /> Por sua vez, Rogério Vilas Boas disse que todas as aplicações durante sua gestão na presidência do instituto foram feitas dentro da lei e em instituições financeiras autorizadas. Gustavo Furtado e Edson Santana Matos foram procurados na tarde deste sábado (1º), mas não retornaram as ligações.<br /> <br /> As informações são do G1 Tocantins.<br /> <br /> <u><strong>Entenda</strong></u></span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">No final de junho, o Ministério Público do Estado (MPE) ingressou com dez ações civis públicas contra ex-presidentes do Igeprev requerendo o ressarcimento de prejuízos que somam R$ 263.648.310,47.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Segundo consta nos processos, todas as 10 aplicações foram realizadas fora dos padrões estabelecidos em resolução conjunta do Banco Central (BC) e do Conselho Monetário Nacional (CMN), segundo a qual os investimentos feitos pelas previdências não podem ultrapassar 25% do patrimônio líquido do fundo destinatário das aplicações. Em diversos casos, o Igeprev era o único cotista, com 100% de seu patrimônio líquido.<br /> <br /> São réus os ex-presidentes do Igeprev: Gustavo Furtado Silbernagel (nove ações), Rogério Villas Boas Teixeira Carvalho (duas ações) e Lúcio Mascarenhas Martins (uma ação), além de Edson Santana de Matos, ex-superintendente de Gestão Administrativa do Instituto, que é réu nos dez processos.</span><br /> <img alt="" src="http://www.afnoticias.com.br/administracao/files/images/MPE620.jpg" style="font-size: 14px; width: 600px; height: 552px;" /><br /> <br /> <span style="font-size:14px;"><u><strong>Sindicância</strong></u><br /> <br /> <img alt="" src="http://www.afnoticias.com.br/administracao/files/images/50588.jpg" style="width: 300px; height: 207px; border-width: 0px; border-style: solid; margin-left: 5px; margin-right: 5px; float: right;" />Em maio de 2015, a Secretaria Estadual da Segurança Pública encaminhou o relatório conclusivo da sindicância administrativa, o qual apontou diversas irregularidades nos fundos, que causaram o prejuízo de R$ 1.176.842.671,64, aplicado em fundos sem liquidez e solidez.<br /> <br /> O Ministério Público destaca que as 10 ações resumem-se a pedir o ressarcimento de dano ao erário. As investigações na esfera da improbidade administrativa e criminal seguem paralelamente, inclusive podendo responsabilizar outras pessoas, além dos já denunciados.</span>