'Hoje é um dia de triunfo', declarou o deputado estadual.
O deputado estadual Elenil da Penha (MDB) elogiou a decisão do governador Wanderlei Barbosa de cancelar o projeto de concessão de serviços turísticos do Parque Estadual do Jalapão. Ele foi um dos deputados que votou contra a lei que autoriza a concessão e sofreu retaliações por parte do governo de Mauro Carlesse (PSL).
“Hoje é um dia de triunfo. De triunfo para o povo jalapoeiro. De triunfo para todos aqueles que procuraram esta Casa solicitando apoio”, afirmou o deputado em discurso na Assembleia Legislativa na tarde desta terça-feira (30/11). “Hoje é um dia de reflexão para todos nós. De aprendizado. De construção de memória do que nós devemos fazer na arte. Eu disse arte, da representação popular”, completou.
Para o deputado, a Casa de Leis é extremamente importante para o debate com a sociedade e se isso tivesse sido feito por iniciativa da AL, talvez o projeto fosse acolhido pelas comunidades do Jalapão.
“Se nós tivéssemos possibilitado que esse debate fosse feito pela Assembleia Legislativa lá no Jalapão, lá nas árvores fossilizadas de Bielândia/Filadélfia, lá no Cantão, essa Casa, neste momento, estaria gritando de alegria junto com o povo e talvez o povo tivesse acolhido a ideia”, afirmou.
Elenil também fez questão de lembrar que cobrou uma ampla discussão sobre o projeto. "Eu, Elenil, falei lá na Comissão, vamos fazer a discussão no Jalapão. É importante que nós, parlamentares, provoquemos o debate, a discussão, ouçamos, tenhamos paciência para ouvir", completou.
Ainda segundo o deputado, quando o BNDES apresentou o projeto de concessão do parque estadual, era um “projeto maravilhoso”, mas para a instituição. “Mas aquele povo ali conhece as suas águas, aquele povo conhece as dificuldades da região, aquele povo conhece o seu solo, e a Assembleia Legislativa ainda vai conhecer aquele povo que conhece aquela terra”, afirmou.
Elenil pediu que, a partir de agora, os parlamentares tenham um olhar diferenciado, não somente para o Jalapão, mas para todo o povo tocantinense. "O que nos embasa, o que nos fundamenta é exatamente ouvir a voz rouca das ruas. Perceber a necessidade de construir uma discussão e muitas vezes ouvir a discussão afora, muitas vezes a discussão não é a contento nosso, mas compreender a indignação das pessoas também faz parte da construção do Poder Legislativo”, declarou.
Finalizando o seu discurso, o deputado afirmou que saía de ‘alma lavada’ desse processo. “Então senhor presidente, saio de alma lavada. Saio consciente de que esse debate, essa discussão que causou dor em tanta gente; trouxe reflexos negativos, mas Deus foi tão bom e o povo jalopeiro permaneceu de pé, de cabeça erguida, lutando, e hoje foi um grito final. O povo disse: nós não queremos. O governador disse: então está cancelado. Pronto, está aí para todos que quiserem ver”, afirmou.