Ex-governador reforça tese de armação política em seu afastamento.
O candidato a senador Mauro Carlesse (Agir-TO) afirmou em entrevista nesta quinta-feira (11) que seu compromisso é com o desenvolvimento do Estado e melhoria da qualidade de vida das pessoas. “A gente tem que ter um lado, e o lado é o do Estado do Tocantins, que eu sempre luto e brigo por esta situação. Vamos fazer uma política voltada a ajudar o povo do Estado, não ao interesse próprio”, assegurou.
Durante live promovida pelo Jornal Correio do Tocantins, mediada pelos jornalistas Iara Castro e Thiago de Castro, Carlesse abordou uma série de assuntos de interesse dos tocantinenses, tais como o trabalho que desempenhou enquanto governador do Estado, seu afastamento do cargo, sua relação com a Assembleia Legislativa e com o Governo, sua elegibilidade para as eleições de outubro e, de modo especial, a forma como conduzirá sua campanha para o Senado.
“Sou um homem pé no chão, equilibrado, e vou mostrar aquilo que realizei em pouco tempo como governador”, adiantou. “Nós trabalhamos três anos duramente, com a mão firme, para poder ter credibilidade, ter crédito no mercado, voltar a pagar em dia, colocar a saúde numa qualidade que nunca teve. Passamos por uma pandemia sem mandar um paciente para fora do Estado”, exemplificou, acrescentando o trabalho que foi realizado com a entrega de quase 2 milhões de cestas básicas para atender de forma emergencial as famílias carentes durante a pandemia.
Para Carlesse, um mandato bem conduzido no Senado pode fazer muita diferença para a população. “São oito anos. Você imagina um projeto de oito anos?! Se em três anos eu já fiz toda essa revolução dentro do Estado, que está aí, obras em todas as regiões, em todos os municípios...”.
Campanha
Sobre o desafio de enfrentar uma disputa com um número recorde de candidatos ao Senado, Carlesse se mostrou preparado para o embate. “Minha vida inteira foi de desafios. Tive algumas derrotas, mas tive muito mais vitórias. Então, vou trabalhar sim, apresentando minhas propostas para um Senado, diferente do que é, do que vinham fazendo e fizeram até hoje. Muito diferente! Um projeto para o Estado do Tocantins, não para mim, como sempre digo, e nem para a minha família”.
Afastamento
Questionado sobre o cenário em que se deu seu afastamento do cargo de governador, Carlesse foi taxativo. “Foi uma armação política muito grande que fizeram”. Quanto aos motivos, atribuiu ao fato de ele não abrir espaço para politicagem em sua gestão. “A gente conseguiu fazer um Estado forte, um Estado que realmente tinha uma administração, mas isso incomodava os políticos, os grandes políticos que mandam nesse Estado há 30 anos e que nunca fizeram nada. Eles ficam aí, mentem para o povo e quando chega um homem novo, que faz uma política de uma forma positiva, pensando no Estado, pensando nos servidores, pensando na população em geral, não aceitam, porque não têm abertura”, afirmou.
Sobre a renúncia, afirmou que cumpriu o prazo determinado pela legislação eleitoral neste pleito. “Me afastei porque foi o último prazo legal que tinha para eu poder ter a liberdade de concorrer a qualquer outro cargo”, enfatizou.
Sem mágoas
Ainda durante a live, Carlesse falou sobre sua relação com os deputados estaduais, sobre o processo de impeachment que tramitou na Casa de Leis imediatamente após o seu afastamento e sobre a perseguição política que as pessoas ligadas a ele enfrentaram.
“Não tenho mágoa de ninguém. Adversário político sim, porque eles têm um pensamento diferente do meu. Eu penso no povo, penso nas pessoas, penso em melhoria das cidades. Eu sou municipalista. Para você ter uma ideia, o Tocando em Frente é um projeto de R$ 3 bilhões, no qual eu deixei R$ 2 bilhões em caixa para poder atender os 139 municípios do Estado do Tocantins. Alavancaria mais de 100 mil empregos. Isso é um projeto de Estado, não um projeto individual do Carlesse”, explicou.
Especificamente sobre os deputados estaduais, disse compreender a situação em que foram forçados a votar pelo seu afastamento. “Quando o presidente [da Assembleia, Antônio Andrade] colocou em pauta, os deputados ficaram todos sem condições nem de discutir. O governo pressionou os deputados porque eles tinham os cargos: ou eles votavam ou perdiam os cargos [...] Vejo que eles trabalharam contra eles mesmos, contra aqueles que elegem eles, que é o povo tocantinense”.
Carlesse também reafirmou que fará sua candidatura independente.