De onde vem o nome Siqueira Campos? Onde nasceu o principal político tocantinense? Como ele se formou politicamente? Estas e outras perguntas serão abordadas em uma série de reportagens sobre 'O passado de Siqueira Campos', com base em um manancial de arquivos secretos, sigilosos e confidenciais do Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão de espionagem da Ditadura Militar.

Os arquivos inéditos que fazem parte da história do mais notável político tocantinense, hoje com 93 anos, foram revelados com exclusividade pelo jornalista Lázaro Thor, do portal Momento Político Tocantins.

A primeira reportagem da série mostra como a identidade de Siqueira Campos era considerada confusa em inquéritos abertos para investigar sua atuação política.

Identidade e família misteriosa

Os relatórios do SNI apontam que Siqueira Campos era visto como um político cuja identidade era difícil de rastrear. Em parte por se tratar de um sujeito que passou quase toda a vida viajando pelo país. Desde que saiu do Ceará, sua terra natal, ele passou por diversos estados [Amazonas, São Paulo, Minas Gerais], perambulando como um verdadeiro aventureiro desterrado. 

Mas os arquivos da Ditadura Militar indicam que Siqueira pode não ter nascido em Crato (CE) e talvez nem sequer se chamasse José Wilson Siqueira Campos, como foi nacionalmente conhecido. Para chegar a essa conclusão, o relatório cita várias divergências entre os nomes do pai, mãe e irmãos do político. O relatório foi produzido em 1974 e contém 237 páginas. 

“Em Crato, ninguém conhece José Wilson Siqueira Campos, nem seus irmãos, não havendo registro algum, quer civil, eleitoral, escolar, eclesiástico ou policial. Não se sabe onde fez, ou se fez, o serviço militar. Não se sabe onde estudou, ou se estudou”, diz o relatório ao mostrar cópia dos documentos.

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