Direito negado

Gestantes continuam sem direito a acompanhante durante parto em hospital de Araguaína

A maternidade não deu nenhuma previsão de retorno ao 'novo normal'

Por Márcia Costa 4.089
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21/10/2020 08h25 - Atualizado há 3 anos
Mães querem retorno dos acompanhantes durante o parto

Mesmo com o retorno de praticamente todas as atividades comerciais em razão da queda nos números da Covid-19, as gestantes continuam ser ter direito a um acompanhante na hora do parto no Hospital e Maternidade Dom Orione, em Araguaína.

A medida foi implantada ainda no início da pandemia a fim de evitar aglomeração de pessoas e a propagação do novo coronavírus.

A proibição se aplica inclusive às grávidas que serão submetidas a uma cesariana, em que a paciente requer mais cuidados por causa da intervenção cirúrgica com anestesia.

A repórter Estefany Cilze deu à luz durante a pandemia e passou por momentos de dificuldades dentro do hospital por não ter ninguém para ajudá-la com o bebê.

“Eu fiz cesária, mas o ruim veio depois. Pra gente que faz cesária ficar sem acompanhante é complicado, principalmente para pegar o bebê que está ali ao lado. É preciso fazer um esforço maior com os pontos cirúrgicos. Sem alguém pra me acompanhar, tive de levantar antes do horário permitido, então, acabei tendo muita dor de cabeça. Por causa dos esforços, eu também continuei sentindo muita dor mesmo tomando remédio”, relatou.

A empreendedora Ironete Sousa vende enxovais para recém-nascidos e disse que acompanha diariamente as reclamações de suas clientes. Por isso, ela mesma resolveu entrar em contato com o hospital, mas não obteve retorno.

“Todas as atividades em Araguaína voltaram ao normal, inclusive festas, boates e shows foram liberados, e os acompanhantes não podem ficar com as mamães no Hospital? A gente sabe que as equipes de enfermagem não dão conta de cuidar de todos os bebês. Acompanhante não é visita", argumentou.

Quem está prestes a dar à luz vem sofrendo antecipadamente, com receio e medo da situação. As mulheres têm feito desabafo nas redes sociais e diretamente na Maternidade, mas sem sucesso.

O QUE DIZ O HOSPITAL

Procurado pela reportagem, o Hospital e Maternidade Dom Orione comunicou que desde o início da pandemia tomou uma série de medidas preventivas de combate a Covid-19, conforme orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde.

“Dentre as medidas tomadas estão a suspensão dos visitantes e acompanhantes por tempo indeterminado, a fim de diminuir o fluxo de pessoas circulando nas dependências do hospital e permitir o distanciamento seguro. Tal medida é em cumprimento à Nota Técnica n. 6/2020-COCAM/CGCIVI/DAPES/SAPS/MS, emitida pelo Ministério da Saúde, e também ao Memorando n. 44/2020/SES/SPAS, emitido pela Secretaria de Saúde do Estado do Tocantins”.

O Hospital Dom Orione disse que segue os protocolos de segurança preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde na prestação dos serviços de assistência médica de forma a garantir a segurança de todos os pacientes e profissionais de saúde.

Estefany Cilze com seu filho

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