Peixe

Justiça afasta secretário e servidores acusados de decidir licitações pelo WhatsApp no Tocantins

A juíza disse que os servidores estão mais empenhados em receber vantagens ilícitas do que zelar pelo interesse público.

Por Redação 637
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17/12/2019 11h10 - Atualizado há 4 anos
Eles foram afastados por 180 dias

Três servidores do Município de Peixe, no sul do Estado, foram afastados pela Justiça de suas funções pelo prazo de 180 dias com prejuízo da remuneração a pedido do Ministério Público do Tocantins (MPTO).

Eles foram denunciados criminalmente, no último dia 12, por fraude em duas licitações ocorridas no ano de 2018.

A decisão afasta Gengiskan José de Alencar, atual Secretário Municipal de Gestão e Finanças; Dourivan Lopes da Silva, pregoeiro e presidente da Comissão Permanente de Licitação e Claudimar José Dias, membro da comissão de licitação.

O Ministério Público, autor do pedido, afirma que a medida visa evitar a prática de novas infrações penais, bem como a adequação da medida à gravidade do crime, às circunstâncias do fato e condições pessoais dos acusados.

Na decisão, a juíza da 1ª Escrivania Criminal de Peixe, Ana Paula Araújo Aires Turíbio, deu ênfase à necessidade do afastamento. “Conforme bem apontado pelo representante ministerial, as provas já produzidas demonstram que os agentes públicos estão mais empenhados em receber vantagens ilícitas do que zelar pelo interesse público”, expôs.

Sobre o fato

No último dia 12, o promotor da Comarca de Peixe, Mateus Ribeiro, ajuizou duas ações penais contra os referidos servidores públicos e seis empresários por fraude em licitação no ano de 2018.

As licitações eram destinadas à contratação de empresa especializada em serviços de instalação e monitoramento eletrônico para a prefeitura e em serviços de vigilância no prédio da prefeitura, bem como à prestação de serviços de manutenção e revisão no sistema de combate de incêndio do Hospital Municipal Antônio Pires.

O crime foi descoberto por meio de conversas de WhatsApp por ocasião da apreensão do aparelho celular de Dourivan Lopes da Silva, presidente da Comissão Permanente de Licitação, nas quais ele combinava com os licitantes quem iria vencer o certame, com o intuito de conferir aparência de legalidade ao procedimento.

Foram denunciados, além de Dourivan, Gengiskan José de Alencar; Claudimar José Dias; e os empresários Edmar Lemes Garcia (Edmar Lemes Garcia); Solano Castro e Oliveira (Prevtec Tecnologia e Segurança Eireli-ME); Adenilson de Sousa Barbosa (Newtec Construções, Locações e sistemas de Monitoramento); Delfim Sousa dos Reis (Delfim Sousa dos Reis); Weigle Lima Silva (Weigle Lima da Silva); João Pereira Asevedo (João Pereira Asevedo).

A ação penal pede que todos os envolvidos sejam condenados pelo crime de fraude de procedimento licitatório, mediante ajuste, cuja pena é de detenção de dois a quatro anos e multa. 

+ Licitações de prefeitura eram decididas pelo WhatsApp; MPTO denuncia 9 empresários e servidores

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