Tocantins

Justiça condena à prisão ex-presidentes do Naturatins e consultores ambientais por atos fraudulentos

Crimes teriam sido praticados em 2013 e 2014.

Por Redação 2.810
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12/12/2022 14h40 - Atualizado há 1 ano
Desmatamentos ilegais foram em Paranã e Cariri

A Justiça condenou dois ex-presidentes do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) à prisão, um servidor e três consultores ambientais por fraudes que autorizavam a exploração florestal. Os crimes ambientais aconteceram nos municípios de Paranã e Cariri.

Segundo as denúncias do Ministério Público do Tocantins (MPTO), os ex-presidentes do Naturatins nos anos de 2013 e 2014 expediram atos administrativos fraudulentos que autorizavam os desmatamentos.

Em 2013, o então chefe do instituto, com a participação de um analista técnico e dois consultores ambientais, permitiu o desmatamento de mais de 250 hectares em áreas de preservação permanente e de reserva legal, equivalentes a 250 campos de futebol, em uma fazenda no município de Paranã.

No ano seguinte, quando o Naturatins estava sob novo comando, o presidente, com apoio de um consultor ambiental, autorizou o desmatamento ilegal de aproximadamente 600 hectares de reserva legal, área correspondente a 600 campos de futebol, em uma fazenda no município de Cariri.

Segundo o promotor de Justiça Francisco Brandes, esta é apenas uma das inúmeras investigações empreendidas pelo MPTO e acompanhadas pela Força-Tarefa Ambiental, relativas a ilícitos contra o meio ambiente, havendo o reconhecimento das fraudes pelo Poder Judiciário em praticamente todas.

“As ações promovidas pelo MPTO visam buscar a recomposição do dano ambiental e a recuperação das áreas ambientalmente protegidas, desmatadas ilicitamente, principalmente nos anos de 2012 a 2015”, ressaltou Brandes.

O promotor de Justiça Mateus Reis ressaltou que a grande maioria dos produtores rurais do Estado do Tocantins está em situação de regularidade ambiental, o que justifica a necessidade dessas investigações, a fim de promover a concorrência leal na atividade agroindustrial.

A promotora de Justiça Maria Juliana Naves do Carmo afirmou que o combate aos grandes desmatamentos e às fraudes em realocação de reserva legal no Estado continuará como prioridade do Ministério Público. Explicou também que a Força-Tarefa Ambiental foi substituída pelo Grupo Especial de Atuação Ambiental (Gaema).

Os nomes dos condenados não foram divulgados pelo Ministério Público, mas o AF Notícias apurou que os gestores do instituto nos anos em que teriam sido praticadas as ilegalidades eram Alexandre Tadeu Rodrigues, em 2013, e Stalin Beze Bucar, em 2014.

Condenações

Crimes cometidos em 2013

Ex-presidente – um ano de detenção e 10 dias-multa;

Analista técnico – um ano de detenção e 10 dias-multa;

Dois consultores ambientais – quatro anos de detenção e 13 dias-multa.

Crimes cometidos em 2014 

Ex-presidente – um ano e 97 dias-multa;

Consultor ambiental – quatro anos e 126 dias-multa;

Pagamento de indenização - R$ 5 milhões para reparação dos danos ambientais.

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