Turismo e preservação

Turismo na Ilha do Bananal pode se tornar realidade: povo Karajá tem interesse na exploração

Debate ocorreu durante a festa do Hetohoky, na Aldeia Santa Isabel.

Por Redação
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24/03/2023 14h59 - Atualizado há 1 ano
O Hetohoky, tradição preservada entre o povo Iny

Assumir o papel de protagonismo na atração de turistas ao Tocantins, com foco na valorização cultural e ambiental, para gerar não apenas emprego e renda, mas cidadania e preservação das tradições indígenas. Essa foi uma das demandas apresentadas pelas lideranças do povo Karajá no último final de semana.

A reunião ocorreu durante a festa do Hetohoky, na Aldeia Santa Isabel do Morro, na Ilha do Bananal, e contou com a participação de representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), das secretarias de Cultura, Turismo e Comunicação do Estado e da secretária dos Povos Originários e Tradicionais, Narubia Werreria Karajá.

Durante o encontro, foram levantadas demandas relacionadas a setores diversos. O desenvolvimento de projetos de etnoturismo na Ilha do Bananal foi pontuado como um eixo ligado a outras necessidades, como infraestrutura básica de saneamento e melhorias habitacionais, infraestrutura turística em lagos propícios à pesca esportiva, trilhas e acampamentos para pernoite dos visitantes, além de apoio e divulgação de eventos culturais e históricos e para a produção artesanal.

O gestor público Marcos Miranda e o arquiteto Luiz Hildebrando, que representaram a Secretaria de Turismo, ressaltam que já há ações em desenvolvimento pela pasta e que deverão ter continuidade, incluindo novas capacitações para condutores de turismo indígenas e ajustes na organização das festas, em conformidade com as lideranças locais. A Secretaria de Cultura esteve representada pelo técnico Kenar Lima, da Gerência de Economia Criativa, que realizou levantamento da atividade artesanal.

O Governo do Estado está comprometido com a tarefa de melhorar as condições de vida das comunidades indígenas tocantinenses e o etnoturismo pode exercer um papel estratégico”, afirma o secretário de Turismo Hercy Filho, pontuando que as ações devem envolver as secretarias dos Povos Originários e Tradicionais e da Cultura, além de outras pastas e instituições.

Interesse

O interesse em mostrar o Hetohoky (lê-se Retorrokã, que significa Casa Grande) aos turistas foi ressaltado pelo cacique da Aldeia Santa Isabel, Tuilá Silva Karajá, durante a reunião. O ritual, que marca a passagem dos meninos para a vida adulta, é apenas um dos eventos tradicionais do povo Iny (Inã), que inclui ainda os Javáe, também habitantes da Ilha do Bananal, e os Xambioá. 

Os Avá Canoeiro também vivem na Ilha do Bananal. Vale ressaltar que toda a área é um santuário ambiental preservado que guarda uma história pouco contada: além de ter abrigado uma base aérea com presença militar fixa, quase foi transformada em balneário pelo presidente Juscelino Kubitschek, que chegou a construir um hotel onde recebeu autoridades nacionais e internacionais. Após um incêndio, ficaram as ruínas da construção, localizada na Aldeia JK.

Durante reunião na casa do cacique, foram apresentadas várias demandas do povo Karajá
Importância do artesanato foi pontuada pelo cacique tradicional Sókriowe Karajá e pela secretária Narubia Werreria

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