O Ministério Público do Tocantins (MPTO) investiga denúncia de que soro vencido teria sido injetado na veia de uma criança de apenas 1 ano e 3 meses durante atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA Norte), em Palmas.   

Segundo a denúncia, feita pela própria mãe da menina, o caso no dia 18 de fevereiro deste ano no período da manhã. Ela disse ao MPTO que tirou foto e fez um vídeo chamando os profissionais da enfermagem logo após perceber que o soro estava vencido.

Segundo a mãe, uma profissional de enfermagem se aproximou dela e disse: ‘Oh!, mãezinha, esse soro não vai fazer mal’. Porém, a enfermeira suspendeu o soro e pediu que a equipe verificasse se tinha outros vencidos no estoque.

Em seguida, a mãe percebeu que vários soros foram retirados do estoque, dando a entender que eram vencidos.

Investigação

No inquérito, o MPTO apura eventual omissão da Secretaria de Saúde de Palmas quanto à devida observância da validade do soro, demais insumos e medicamentos ministrados nos pacientes na Unidade de Pronto Atendimento Norte.

A Promotoria de Justiça expediu ofício à secretaria requisitando informações detalhadas.

O inquérito foi instaurado na sexta-feira (06) pela promotora Araína Cesárea Ferreira Dos Santos D’Alessandro, da 27ª Promotoria de Justiça da Capital.

Soro vencido faz mal?

De acordo com informações do Conselho Regional de Medicina de Rondônia (CRM-RO), assim como qualquer medicamento, o soro vencido faz mal à saúde e não deve ser usado nos pacientes.

O produto, aplicado fora de seu prazo de validade, pode provocar febre, calafrios, além do chamado choque pirogênico, causado por substâncias estranhas que podem conter no produto vencido.

Depois de aberto, o soro deve ser utilizado em, no máximo, 15 dias, já que depois deste período é praticamente certa a contaminação por fungos ou bactérias. O produto ainda deve ser descartado se não apresentar aparência límpida, incolor ou inodora.

É importante ainda manter o soro armazenado na geladeira, já que a baixa temperatura diminui os riscos de proliferação de fungos e outros micro-organismo. O ideal, portanto, é comprar o produto em embalagens pequenas para ser utilizado mais rapidamente, sem desperdício.

O que diz a Semus

"A Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS) informa que todas as medidas foram adotadas dentro do que nos é facultado, inclusive atendendo às solicitações do Ministério Público Estadual, onde tramita um procedimento para tratar do caso em específico.

Informamos ainda que dentre as medidas adotadas pela gestão municipal foi aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que se encontra em fase final de julgamento para averiguar a denúncia, respeitando-se o princípio do contraditório e ampla defesa.

A Secretaria Municipal de Saúde está a disposição para esclarecimentos através do telefone 3218-5102".