Márcio é casado há 13 anos e pai de Mariana.
Márcio Joaquim Rodrigues, de 42 anos, contraiu poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, ainda na infância e perdeu grande parte da mobilidade das pernas.
No entanto, mesmo com a deficiência física, Márcio diz que sempre lutou para ter uma vida normal, incluindo a experiência de ser pai.
Ele é o primeiro personagem da série "Pais incríveis", que tem o objetivo de mostrar como eles escolheram vencer um outro desafio, o de assumir o papel de pai.
Papel compartilhado
“As pessoas não falam, mas dá para sentir o preconceito. Apesar disso, nunca me senti diferente das outras crianças, aprendi a me virar, enfrentar minhas limitações e ter uma vida tranquila. Quando conheci minha esposa, a ideia de ser pai foi surgindo naturalmente, mas fiquei assustado no início, achei que não conseguiria ser um bom pai e com o tempo esse medo se transformou em amor”, conta.
Márcio é casado há 13 anos com a auxiliar de laboratório Sidiane Vieira da Silva e juntos tiveram a Mariana, de 8 anos. Apesar de ser aposentado devido à deficiência física, Márcio trabalha nas ruas da cidade como músico para conseguir complementar a renda da família e, quando está em casa, o tempo livre é dedicado à menina.
Os desafios como pai
“A única coisa que lamento é não poder carregar minha filha no colo, mas gosto de passar o máximo de tempo possível com ela. Enquanto eu canto, ela dança pela casa, nos divertimos muito”, diz Márcio.
Diante da relação de carinho entre pai e filha, as limitações passam despercebidas e perguntar para a menina de 8 anos se o pai é diferente dos outros parece até uma surpresa para ela. “Não acho meu pai diferente do pai das outras meninas, a única coisa que acho de diferente é que ele é o mais legal de todos”, diz a estudante Mariana da Silva, de 8 anos.
Mensagem aos pais
Para Márcio, a paternidade não é algo impossível a uma pessoa que possui alguma deficiência física, mas destaca a importância de assumir essa responsabilidade.
“Ser pai sempre será um grande desafio para qualquer pessoa, independente da sua condição física, o importante são os ensinamentos que nós passamos às crianças. O que sempre ensino para minha filha é que ninguém deve ser tratado de forma diferente, todos nós somos iguais e devemos respeitar a condição de cada um. Isso é o que devemos deixar para nossos filhos”, conclui Márcio.