'Future-se'

'Mergulho no escuro', afirma reitor da UFT sobre projeto Future-se do governo Bolsonaro

Luís Eduardo Bovolato participou de encontro promovido pela Sesduft nesta terça (13).

Por Redação 1.147
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14/08/2019 08h55 - Atualizado há 4 anos
Reitor da UFT (à esquerda) durante o evento

Como parte das manifestações em defesa da educação que ocorreram em todo o Brasil nesta terça-feira (13), a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Tocantins (Sesduft) convidou professores para um bate-papo com o reitor Luís Eduardo Bovolato.

Foram apresentadas pela gestão informações sobre o atual contexto da universidade e o projeto recém-apresentado pelo Ministério da Educação (MEC) denominado Future-se, além do espaço para manifestação e perguntas dos professores.

Future-se

Em 17 de julho, durante o recesso do meio do ano das universidades, o MEC apresentou o Future-se, programa para incentivar as universidades federais a captar recursos privados.

A iniciativa propõe a realização de parcerias público-privadas, a constituição de fundos imobiliários para vender prédios ociosos e até a possibilidade de empresas comprarem o direito de dar nomes a prédios das instituições. A adesão seria opcional.

‘Projeto vago’

Segundo Bovolato, as universidades foram pegas de surpresa, pois não foram convidadas a participar da discussão para a construção dessa proposta. “O projeto é vago. Os três eixos: governança, internacionalização e captação de recursos já são adotados nas instituições. Mas a proposta do MEC não responde como isso se dará”, afirmou o reitor da UFT.

Bovolato ainda acrescentou que, neste momento, qualquer movimento de adesão é um ‘mergulho no escuro’. “É necessário mais detalhamento. O projeto mexe com a legislação atual e atinge a autonomia universitária. Qual o nível de autonomia que teremos?”, indagou.

O pró-reitor de Avaliação e Planejamento, Eduardo Lemus, que participou da apresentação da proposta pelo MEC, em Brasília, também questionou: “Para que uma organização social para captar recursos se as universidades já fazem isso através de fundações? Por que criar uma estrutura que tira a autonomia sobre o orçamento das universidades?”.

Em geral, os professores manifestaram preocupação e a necessidade de estender a discussão sobre a proposta do governo para a comunidade acadêmica e a sociedade.

(Daniel dos Santos/UFT)

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