Sindicato é contra

Militarização de escolas no Tocantins é ‘retrocesso’ e 'ataque à educação pública’, diz Sintet

O Governo do Estado entregou mais uma unidade nesta segunda-feira e planeja implantar mais 33 no Tocantins.

Por Redação 2.667
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10/09/2019 09h22 - Atualizado há 4 anos
Estudantes de colégio militar

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet) se posicionou contra a militarização de escolas públicas e disse que a iniciativa é um ‘retrocesso’, ‘verdadeiro ataque à educação pública’ e um ‘afronte à democracia’.

A manifestação do sindicato ocorreu após o Governo do Estado entregar mais uma unidade do Colégio Militar em Palmeirópolis nesta segunda-feira (09). Na ocasião, o governador Mauro Carlesse disse que já está em estudo a implantação de mais 33.

Não há como defender projetos que excluem, que selecionam. A educação pública e de qualidade tem que ser oferecida para todos, não só para um grupo seleto”, disse o presidente do sindicato, José Roque Santiago.

O Sintet também destacou que há discursos de que a militarização é a solução para o combate de casos de violência na comunidade escolar, mas sem base científica. Ao contrário da militarização, o sindicato defendeu a Ronda Escolar e a Polícia Comunitária como forma de combater a violência nas escolas.

A violência em nosso país é estrutural, elementos como miséria, discriminação e desigualdade são fatores que geram ações agressivas, principalmente em áreas de vulnerabilidade social, econômica e cultural. A escola tão somente reflete a realidade onde está inserida. É preciso pensar políticas sociais que diminuam essas desigualdades e não que as alimentem, com mais exclusão”, ressaltou o sindicato.

O Sintet também contrapôs a formação pedagógica que qualifica o professor para a regência em sala de aula com o preparo educacional dos militares, que, segundo a entidade, substitui o debate de ideias pela coerção e a adoção do regime disciplinar arbitrário.

Portanto, o Sintet considera que a militarização das escolas tem sido utilizada como ação política imediatista, alimentadas por ações populistas e que precisa ser refletida e debatida com seriedade pelas partes envolvidas, professores, especialistas, pais e estudantes”, afirmou.

Por fim, o sindicato afirmou que, antes de fazer o debate pela militarização, é preciso construir políticas públicas de valorização dos profissionais da educação, com carreiras justas e salários dignos e que sejam efetivas as oportunidades de qualificação.

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