Descaso

Bandeirantes, a cidade do Tocantins que sobrevive sem água nas torneiras e refém da ATS

O sistema de distribuição de água é antigo e não passa por manutenção há anos.

Por Redação 2.317
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13/06/2019 11h24 - Atualizado há 4 anos
Entrada da cidade de Bandeirantes

Bandeirantes é uma cidade localizada na região norte do Tocantins com cerca de 4 mil habitantes. Nos últimos anos, a população tem vivido um verdadeiro drama em decorrência da constante falta d'água nas torneiras.

A responsável pelo abastecimento da cidade é a Agência Tocantinense de Saneamento (ATS). O sistema de distribuição é muito antigo e não passa por manutenção preventiva há vários anos. Imagens enviadas à reportagem mostram a caixa d’água enferrujada, com instalações antigas e rodeada de entulhos.

Segundo moradores, a precariedade na prestação de um serviço essencial, como o de água, vem afetando todo o comércio local, hotéis, restaurantes, escolas, prédios públicos, ou seja, paralisa praticamente toda a cidade.

Para os moradores, ações simples e rotineiras no dia a dia, como lavar louças, roupas e até mesmo tomar banho, viram tarefas difíceis.

É o caso da moradora Sanda Barbosa Santana, que vive na cidade há 28 anos. Ela relatou ao portal AF Notícias que a falta de água na sua residência já chegou a durar seis meses. “Às vezes, a água chega ao meio-dia e acaba uma hora depois. Eu não consigo lavar roupa e nem tomar banho direito”, reclamou.

O mesmo drama também é vivido por Kênia Alves, outra moradora pioneira de Bandeirantes. Ela vende lanches na cidade, mas não está conseguindo trabalhar devido a falta d’água. Com isso, o sustento da sua família também está comprometido.

"O problema é que não tem água pra nada, mas temos de pagar o talão todos os meses. Eu não consigo sequer fazer serviços básicos, como lavar roupas e vasilhas", relatou.

Kênia disse que sempre faz contato com a ATS, mas as respostas são insatisfatórias. Os moradores já defendem ações judiciais contra a empresa.

Diante do grave quadro, o prefeito de Bandeirantes, José Mário, estuda a possiblidade de rescindir o contrato com a ATS e realizar uma licitação para contratação de outra empresa.

O Município propôs também a criação de uma Agência Municipal de Regulação para fiscalizar a execução dos serviços e punir os responsáveis por eventuais falhas. Porém, o projeto está parado na Câmara de Vereadores aguardando votação.

Enquanto o presidente da Câmara, vereador Advaldo Pereira de Souza, não coloca o projeto em pauta, a população continua sofrendo com o descaso na prestação dos serviços. 

O QUE DIZ O PRESIDENTE

O presidente da Câmara afirmou que o projeto de lei foi protocolado na Câmara no dia 6 de junho e está atualmente nas comissões cumprindo os prazos regimentais.

Conforme o artigo 51 do Regimento Interno da Câmara, as comissões têm até 15 dias para emitir o parecer. Em caso de urgência do projeto, esse prazo será reduzido para 6 dias. 

"Não posso atropelar os prazos", disse o presidente, ressaltando que reconhece a gravidade do problema da falta de água. "É realmente uma calamidade. Sou um grande interessado em resolver esse problema", afirmou. 

Moradores vivem sem uma gota de água nas torneiras

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