Tocantins

MP abre investigação após Naturatins emitir 557 licenças para desmatamento em um único dia

Há indícios de que inúmeras licenças foram emitidas sem a análise do Cadastro Ambiental Rural. 

Por Redação 1.424
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05/08/2019 09h52 - Atualizado há 4 anos
MPTO vai investigar licenças para desmatamento

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) instaurou, nesta segunda-feira (5), procedimento para investigar a concessão de licenças para desmatamento emitidas recentemente pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins).

O objetivo, segundo o órgão, é verificar se as autorizações foram precedidas da análise de regularidade ambiental das respectivas propriedades rurais.

A iniciativa do Ministério Público ocorre após matéria jornalística que noticiou a publicação de 557 autorizações para exploração florestal em uma única edição do Diário Oficial do Estado, no dia 2 de agosto deste ano.

A portaria de instauração do procedimento investigativo do MPTO relaciona a quantidade elevada de licenças para desmatamento ao fato de que o Naturatins tem reconhecido sua própria omissão em analisar as informações sobre as áreas ambientalmente protegidas localizadas nas propriedades rurais tocantinenses. 

Conforme o Ministério Público, em procedimentos instaurados e ações judiciais, o Naturatins tem apresentado a justificativa de que não dispõe de condições de pessoal e administrativa para a análise desses dados ambientais.

As informações sobre as áreas protegidas dos imóveis rurais do Estado encontram-se nos Cadastros Ambientais Rurais (CARs).

Aproximadamente 70 mil CARs foram lançados via sistema informatizado nos últimos anos, sendo que nem 10% desse total chegou a ser analisado pelo órgão estadual de defesa do meio ambiente. Nessa análise, podem ser verificados os possíveis desmatamentos ilícitos.

O Ministério Público também considera que existem indícios de que inúmeras licenças e autorizações para atividades agroindustriais, principalmente desmatamentos e captações de água, foram emitidas anteriormente pelo Naturatins sem a análise do Cadastro Ambiental Rural. 

O procedimento de investigação foi instaurado pelo promotor de Justiça Francisco Brandes Júnior, titular da Promotoria de Justiça Regional Ambiental da Bacia do Alto e Médio Araguaia. 

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