Covid-19

Mutação P681H está circulando no Tocantins; variante tem maior risco de contágio

'Não devemos minimizar o risco das variantes', diz especialista.

Por Redação 2.005
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16/08/2021 08h08 - Atualizado há 2 anos
Das 11 amostras com a mutação, 2 são do Tocantins

A variante Gama do novo coronavírus, a mais comum no Brasil, já está sofrendo mutações que a deixam mais parecida com a Delta, a cepa registrada na Índia e que tem provocado novas ondas de contágio pelo mundo. A nova variante foi identificada pela sigla P681H e batizada de Gama Plus. 

A nova versão da Gama foi identificada pelo Genov, projeto científico da rede de laboratórios Dasa, que já identificou seu avanço por diversos estados. Os resultados do estudo foram publicados na última sexta-feira (13/8).

Das 11 amostras de maio que registraram a mutação P681H, cinco são do estado de Goiás, duas do Tocantins, uma do Mato Grosso, uma do Ceará, uma de Santa Catarina e uma do Paraná. Em junho foram identificadas, ainda, três amostras da variante Delta no Paraná (Curitiba, Cascavel e Matinhos) e um caso no Rio de Janeiro. 

- Essa Gama identificada tem algumas mutações a mais do que a tradicional, algumas semelhantes a que a Delta tem. Por isso, poderíamos dizer que ela seria uma intermediária entre a Gama e a Delta.  

A Gama plus seria fruto da evolução convergente, como explica o geneticista Salmo Raskin, diretor do laboratório Genetika, em Curitiba. Isso significa que, se as mutações que formaram a Delta tornam o vírus mais bem adaptado, a tendência natural é que ele faça essa evolução.  

Para Raskin, há maior risco de transmissibilidade porque a Gama Plus tem uma mutação específica, a P681H, que facilita a entrada do coronavírus na célula humana. A mesma mutação está presente na Delta. No entanto, ainda não há comprovação que Gama plus seja mais transmissível que a Gama tradicional.

— Essa mutação [a P681H] já havia sido vista em outras variantes no mundo, incluindo todas as variantes de preocupação, mas não era muito comum na Gama. No entanto, temos visto um aumento em sua ocorrência nas amostras brasileiras — explica o coordenador do Genov e virologista da Dasa, José Eduardo Levi. 

Segundo ele, ainda que os números sejam de maio e junho, eles são de grande importância para entender a evolução das cepas. “São achados que reforçam nossa percepção de que não devemos minimizar o risco que as variantes importadas para o nosso País, como a Delta, possam representar; mas que precisamos nos manter atentos para a evolução local da Gama”, afirma Levi, em comunicado à imprensa.

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