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O maior partido do Brasil é o centrão, avalia publicitário tocantinense Carlos Oliveira

O centrão tem uma bancada capaz de dar sustentação ou derrubar qualquer governo.

Por Carlos Oliveira | Opinião
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03/02/2021 14h48 - Atualizado há 3 anos
Carlos Oliveira é publicitário e mestre em Comunicação

Sempre ouvi dos mais velhos o ditado de que não podemos colocar todos os ovos em uma única cesta.

O centrão tem provado de que esse ditado é verdadeiro. Formado por uma dezena de partidos ele pode ser considerado hoje o maior partido do Brasil. E qual o seu segredo? Exatamente o de não colocar todos os deputados em um única legenda. Assim consegue ter ideologias para todos os gostos, agradam quase todos os tipos de eleitores elegem a maior bancada e explora qualquer governo.

Foi assim com Collor, Itamar Franco, FHC, Lula, Dilma, Temer e agora com Bolsonaro. Não sabemos quem será o próximo presidente, mas sabemos quem dará as cartas no próximo governo. O centrão precisa de cargos para sobreviver, mas os cargos só vêm porque ele tem uma bancada capaz de dar sustentação ou derrubar qualquer governo.

A logica é simples: com muitas candidaturas espalhadas na dezena de legendas – entre pequenas e médias -  conseguem eleger uma grande bancada. Com essa bancada consegue tornar qualquer governo seu refém, assim conseguem ministérios e cargos no segundo, terceiro e quantos mais escalões tiver. Conseguem também muitas verbas de emendas parlamentar. Com os cargos conseguem manter seus cabos eleitorais e com as verbas conseguem ampliar suas bases levando obras para os municípios que os apoiam, sempre mirando a próxima eleição.

Enquanto a direita e a esquerda brigam defendendo seus políticos de estimações o centrão, que não tem politico algum de estimação, planeja como ampliar sua bancada na próxima eleição, pois bancada grande é sinônimo de poder.

Dessa forma a eleição de Artur Lira para presidência da Câmara Federal não fortalece o governo Bolsonaro e sim o próprio centrão. O governo há muito tempo já se tornou refém do centrão e não lhe restava alternativa a não ser apoiar qualquer nome que lhe fosse apresentado por ele. Nesse momento Bolsonaro precisa muito mais do centrão do que o centrão precisa dele.

Bolsonaro está preocupado com sua reeleição. O centrão está preocupado em ampliar sua bancada, pois qualquer que seja o presidente em 2023 terá que sentar-se à mesa com ele pra conseguir governar. Assim posso afirmar que Artur Lira não será fiel ao Bolsonaro e sim ao seu partido: o centrão.

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Carlos Oliveira | Publicitário – Mestre em Comunicação e Sociedade

 

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