Ao todo, 19 trabalhadores atuavam na propriedade, sendo que dois eram menores de idade.
Uma operação resgatou nove trabalhadores que atuavam na produção de carvão vegetal em condições semelhantes à escravidão, nessa sexta-feira (19), em Santa Rita do Tocantins.
Eles utilizavam madeiras de florestas nativas na carvoaria localizada na fazenda São Sebastião, zona rural da cidade. Ao todo, 19 trabalhadores atuavam na propriedade, sendo que 18 não possuíam registro e dois eram menores de idade
A operação foi realizada pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), que é coordenado pela Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho.
Os resgatados estavam submetidos a regime de trabalho forçado, residindo em locais sem ventilação, asseio e higiene. Não havia também local para refeição ou preparo de alimentos, além da falta de sanitários.
O empregador também não fornecia aos trabalhadores, gratuitamente, equipamentos de proteção individual (EPIs) obrigatórios.
Segundo o coordenador da operação, o auditor-fiscal do Trabalho Otavio Morais Flor, foram lavrados 43 autos de infração pelo conjunto de infrações trabalhistas e pela grave violação de direitos humanos.
O proprietário da fazenda ainda será obrigado a custear as verbas trabalhistas salariais e rescisórias devidas, no valor total de R$ 70.045,987.
Os nove trabalhadores resgatados também receberam três parcelas do seguro-desemprego especial.
Essa operação de combate ao trabalho análogo ao de escravo do Ministério do Trabalho contou com a participação do Ministério Público do Trabalho, da Defensoria Pública da União e da Polícia Federal.
Entre janeiro e a primeira quinzena de outubro de 2018 foram encontrados 1.247 trabalhadores em situação de trabalho análogo ao de escravo no Brasil.