PF e PRF

Força-tarefa afasta 7 servidores do Detran-TO após clonagem de 3.300 carros do Exército

Foram afastados servidores dos Detrans de SP, MG e Tocantins.

Por Redação 6.275
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24/02/2022 09h50 - Atualizado há 2 anos
O prejuízo causado pelas fraudes veiculares já identificadas soma mais de R$ 500 milhões

A Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deflagraram, nesta quinta-feira (24/2), uma megaoperação nacional para coibir crimes contra o sistema veicular brasileiro.

Até o momento, a força-tarefa identificou cerca de 10 mil adulterações em veículos. Desse total, mais de 3.300 fraudes ocorreram em viaturas do Exército Brasileiro.

Mais de 400 policiais federais e rodoviários federais cumprem 82 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de prisão.

A operação Fiat Lux ocorre simultaneamente em 11 estados: São Paulo, Minas Gerais, Tocantins, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraíba, Ceará, Paraná, Pernambuco e Maranhão.

A Justiça, a pedido da Polícia Federal, determinou o afastamento das funções de 95 servidores do Detran, sendo 85 do órgão em São Paulo; sete do Detran Tocantins e três de Minas Gerais. 20 despachantes também foram afastados de suas funções no Estado de São Paulo.

Investigação

O inquérito policial foi instaurado no fim de 2020 após ter sido detectada a clonagem de veículos do Exército. Os números dos chassis eram utilizados ilegalmente com objetivo de obter documentos legítimos, de forma a tentar “legalizar” veículos oriundos de roubo ou furto.

A investigação apontou que as "clonagens" dos chassis do Exército só foram possíveis porque contaram com a participação de servidores do Detran e de despachantes. Equipes do Exército prestaram apoio logístico durante a deflagração da operação Fiat Lux. A investigação não aponta a participação de integrantes do Exército nas fraudes. A Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo também prestou apoio na ação.

Crimes ao sistema financeiro

Além da clonagem de veículos, a operação também identificou uma outra prática criminosa. Contando com a participação de servidores do Detran, cooptados pelo esquema criminoso, os envolvidos "criavam" veículos.

Estes veículos fictícios existiam apenas no Sistema Federal da Secretaria Nacional de Trânsito permitindo, assim, a realização de financiamentos e a participação em consórcios. Em razão desta falsificação, os veículos eram dados como garantia em operações financeiras, configurando crime contra o Sistema Financeiro Nacional.

Crimes fiscais

A investigação também apontou que servidores do Detran e despachantes inseriam, no Sistema Federal de Registro de Veículos Automotores, automóveis comprados na Zona Franca de Manaus - com isenção de PIS e Confins - e emplacavam indevidamente esses carros em São Paulo para burlar a fiscalização.

Com essa prática, o abatimento ilegal de cada veículo, a maioria caminhonetes, girava em torno de R$ 30 mil a R$ 40 mil. Após isso, os veículos eram revendidos sem recolhimento dos impostos, tendo sido identificado o uso de documentos falsificados em aproximadamente 300 automóveis.

O prejuízo causado pelas fraudes veiculares identificadas pela investigação soma mais de R$ 500 milhões, sendo que em 10 meses de atuação foram recuperados R$ 35 milhões em veículos, entre eles: caminhões, caminhonetes e automóveis de luxo.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de inserção de dados falsos, financiamento fraudulento, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Mais de 3.300 fraudes ocorreram em viaturas do Exército Brasileiro

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