Operação Máximus

PF teve que arrombar portão da casa de desembargador do Tocantins para cumprir mandado

Operação investiga cinco desembargadores do Tribunal de Justiça.

Por Conteúdo AF Notícias 1.156
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24/08/2024 09h24 - Atualizado há 12 horas
Momento em que os agentes da PF arrombam o portão da casa de um desembargador

Notícias do Tocantins - Os agentes da Polícia Federal precisaram arrombar o portão da residência de um desembargador do Tribunal de Justiça do Tocantins para dar cumprimento ao mandado de busca e apreensão durante a operação Máximus, deflagrada nesta sexta-feira (23).

Um morador da vizinhança registrou o momento em que a PF arromba o portão do imóvel. A casa não pertence ao desembargador João Rigo, como a reportagem havia informado inicialmente, mas a outro magistrado da Corte.

A operação apura suposta venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Tocantins e lavagem das propinas. Dois advogados foram presos preventivamente. Um deles é Thales André Pereira Maia, filho do desembargador Helvécio de Brito Maia, que foi afastado do cargo pelo prazo de 1 ano. O outro preso é o advogado Thiago Sulino de Castro. Eles são suspeitos de intermediar a venda de decisões judiciais.

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A investigação mira a presidente do TJTO Etelvina Maria Sampaio Felipe e a vice-presidente Ângela Maria Ribeiro Prudente, além da desembargadora Angela Issa Haonat e o desembargador João Rigo Guimarães, que preside o Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins. Entre os investigados há outros magistrados, procuradores de Estado e o próprio governador Wanderlei Barbosa (Republicanos).

Além das prisões, foram cumpridos 60 mandados de busca e apreensão, no Tocantins e também em Minas Gerais, São Paulo, Goiás e no Distrito Federal. Desses, 46 tiveram como alvo advogados e escritórios de advocacia suspeitos de participação no esquema.

Todas as diligências foram autorizadas pelo ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). As investigações sobre o caso correm em sigilo na corte de Brasília, onde os desembargadores investigados têm prerrogativa de foro.

Além dos crimes de corrupção ativa e exploração de prestígio, a PF apura a existência de uma organização criminosa e atos de lavagem de dinheiro. “As investigações apuram suposta negociação para compra e venda de decisões e atos jurisdicionais, bem como condutas que visam lavar o dinheiro oriundo da prática criminosa investigada”, informou a instituição, em nota.

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O nome da operação faz referência à personagem do filme Gladiador (Máximus), que lutou contra a corrupção na cúpula do poder no Império Romano.

A nova operação ocorreu dois dias depois da PF ter deflagrado uma outra contra o governador, Wanderlei Barbosa, em um caso sobre desvios na contratação de empresas para a distribuição de cestas básicas durante a pandemia da covid-19.

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