Por endoscopia

Novo método de redução de estômago sem cirurgia é realizado em hospital no Tocantins

Menos agressivo e sem cortes, o novo método também tem a vantagem de uma recuperação mais rápida.

Por Redação 2.055
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21/06/2019 09h20 - Atualizado há 4 anos
O procedimento é realizado sem cirurgia

Quase metade da população de Palmas (46,9%) está com excesso de peso e 15,9% é considerada obesa. É o que revela os dados do Ministério da Saúde de 2018. Diante desse quadro é grande a procura por procedimentos bariátricos na capital.

A partir desta sexta-feira (21) a técnica a redução do estômago por endoscopia será realizada no Hospital Palmas Medical, no Tocantins. Menos agressivo e sem cortes, o método também tem a vantagem de uma recuperação mais rápida se comparada à cirurgia tradicional.

A endoscopia bariátrica será feita inicialmente em três pacientes. Mas a partir deste mês, o Hospital Palmas Medical estará realizando de forma permanente o procedimento.

Conforme a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, a obesidade é uma doença crônica, incurável, multifatorial e genética. O método é uma nova técnica no combate à doença, que reduz a capacidade do estômago pela sutura (ou costura) de suas paredes internas. Esse processo diminuiu a quantidade que o paciente consegue comer, promovendo saciedade precoce e duradoura.

A técnica é uma espécie de costura no estômago com anestesia geral, mas sem cortes. Tudo realizado pela boca com um equipamento especial de endoscopia”, esclarece o especialista em Endoscopia Harley Pandolfi Jr.

Harley explica que o procedimento vai diminuir o tamanho do estômago e o volume gástrico do paciente, desta forma, diminui também a capacidade gástrica, o que, consequentemente, faz com que ele coma menos. “Comendo menos, ele irá ingerir menos caloria, que faz com que ele tenha um déficit calórico e com isso o emagrecimento”, afirma.

Segundo o médico, uma vantagem na endoscopia bariátrica é que, além de ser realizada sem cortes e ser um método minimamente invasivo, porque agride menos o estômago, o paciente vai ter perda de peso gradativa. “Ele não terá um emagrecimento agressivo como acontece com a cirurgia tradicional, por exemplo, mas desta forma ele ganha saúde e melhora a qualidade de vida”, aposta.

Procedimento

Ainda de acordo com o especialista, a endoscopia bariátrica é indicada aos pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) entre 30 e 40, ou seja, para pessoas que precisam perder entre 15 a 30 kg de forma sustentável.

Vale ressaltar que o procedimento pode ser feito por aquelas pessoas que já falharam no tratamento da obesidade com dietas, exercícios e até medicamentos ou então não obtiveram o resultado desejado com o balão intragástrico”, informa.

Harley também acrescenta que todos os pacientes obesos podem fazer o procedimento, o que pode ser entendido por pessoas que tem o IMC a partir 30, que já é considerado obeso grau 1.

Como alerta, o médico lembra que vários tipos de câncer estão associados à obesidade, além de estar suscetível a problemas como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC). “Então o paciente que está obeso ele corre risco e, dependendo de qual grau de obesidade que ele se encontra, esses riscos podem ser leves, moderados ou acentuados”, afirma.

Segundo o endoscopista, a recuperação é simples e esse paciente terá poucos incômodos após esse procedimento e dificilmente reclamará de dor. De acordo com ele, o procedimento se inicia pela manhã e a tarde estes pacientes terão alta, podendo voltar a suas rotinas e atividades habituais no dia seguinte.

Isso é um diferencial, porque geralmente nas cirurgias comuns o paciente fica dias internado e se houve alguma complicação, ele pode até ir para a Unidade de Terapia (UTI), o que não acontece com a endoscópica. Ele pode até se alimentar no mesmo dia. É um diferencial bem grande e é inovador devido a vários fatores. Porém, é importante frisar que não se trata de uma cirurgia, mas uma endoscopia bariátrica", diz.

Anvisa

Essa técnica de redução é realizada há quase 10 anos em países como Estados Unidos e Espanha, em grandes centros médicos como Mayo Clinic, Hospital de Harvard, Universidade de Cornell, entre outros. No Brasil, ela foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em julho de 2017.

Paciente

Thaydja Campos é uma das pacientes que irá realizar o procedimento nesta sexta-feira. Segundo ela, desde à adolescência enfrentou problemas relacionados à obesidade.

Tenho passado por vários endócrinos, nutricionistas, fiz diferentes atividades físicas diferentes, vários tipos de dieta, emagrecia, mas depois voltava a ganhar peso. Fiquei sabendo do procedimento, que é minimamente invasivo e que poderia me auxiliar em uma reeducação alimentar, na mudança de estilos de vida e resolvi fazer”, afirma.

Ela conta que o trabalho multiprofissional da equipe fez com que ela se sentisse mais tranquila antes do procedimento. “Estou um pouco ansiosa, mas o fato de conversar sempre com o médico, psicóloga, nutricionista e toda minha família, tem me ajudado a reduzir a ansiedade. Estou encarando como uma oportunidade única para fazer essa transformação pessoal. Hoje estou com 100kg e pretendo perder até no máximo 30% do meu peso”, finaliza.

Errata: A reportagem afirmou que a técnica era inédita no Tocantins, mas internautas informaram que os médicos José Augusto e Jorge Luiz Zeve já realizam o procedimento desde julho de 2018 em hospitais de Palmas. 

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