Entre agosto e setembro

Seca grave avança nos últimos meses e atinge 36% de todo o território tocantinense

Tocantins vem passando por seca em 100% de seu território desde maio.

Por Redação
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05/11/2021 06h17 - Atualizado há 2 anos
Seca

A última atualização do Monitor de Secas aponta que no Tocantins aconteceu, entre agosto e setembro, um avanço da área com seca grave, que subiu de 31% para 36% do estado, devido às chuvas abaixo da média e à piora nos indicadores no noroeste.

Já as áreas com seca moderada recuaram de 68% para 60% do território tocantinense no extremo norte do estado em função das chuvas acima da média, onde a seca fraca ressurgiu.

Esta é a 2ª condição mais severa do histórico do Tocantins no Mapa do Monitor, iniciado em dezembro de 2019, sendo superado somente pelos 48% de seca grave registrados em janeiro deste ano. Desde maio, 100% do estado enfrenta o fenômeno.

Em setembro deste ano, em comparação a agosto, em termos de severidade da seca, 13 estados tiveram uma intensificação da severidade do fenômeno em setembro: Bahia, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.

No caso do Distrito Federal, a seca voltou a ser registrada, o que não acontecia desde janeiro deste ano. Assim, pela primeira vez, todas as 21 unidades da Federação monitoradas registraram o fenômeno simultaneamente.

No sentido oposto, dois estados tiveram um abrandamento da seca no período: Maranhão e Santa Catarina. Em outros cinco estados, sobretudo do Nordeste, a severidade do fenômeno se manteve estável: Alagoas, Ceará, Paraíba, Paraná e Sergipe.

Considerando as quatro regiões acompanhadas pelo Monitor de Secas, a maior severidade observada em setembro aconteceu no Sudeste, que registrou 8% de seca excepcional – a mais severa da escala do Monitor. No sentido oposto, o Nordeste teve a menor severidade de setembro e foi a única região a não ter registro de seca extrema ou seca excepcional.

Entre agosto e setembro, além do surgimento da seca no Distrito Federal, outras três unidades da Federação registraram expansão da área com seca: Alagoas, Pernambuco e Goiás. Por outro lado, a área com o fenômeno diminuiu em outros dois estados: Maranhão e Mato Grosso.

Nos demais 15 estados não houve variação do território com seca (Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins).

Considerando o recorte por região, o Centro-Oeste teve uma redução da área com seca de 99% para 91%, devido ao recuo significativo da seca fraca em parte do norte de Mato Grosso, que ficou livre de seca. Já no Nordeste, Sudeste e Sul, o território com o fenômeno se manteve estável.

Em 13 unidades da Federação, 100% de seus territórios registraram seca em setembro: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Os demais oito estados acompanhados pelo Monitor apresentam entre 63,9% e 97,9% de suas áreas com o fenômeno, sendo que para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca.

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, Mato Grosso lidera a área total com seca, seguida por Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul e Goiás.

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada pelo site monitordesecas.ana.gov.br e pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, os três do Centro-Oeste com o Distrito Federal, além do Tocantins. O processo de expansão continuará até alcançar todas as 27 unidades da Federação.

O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Tocantins (CBMTO), por meio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, é o órgão que atua no Monitor de Secas.

A metodologia do Monitor de Secas, em operação desde 2014, foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região. 

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