Polêmica

Secretária compara cesta básica de Araguaína com a do Governo: 'foi 17% mais barata e melhor'

O Estado pagou R$ 62,65 por cada cesta enquanto Araguaína, R$ 53,30.

Por Redação 2.366
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18/04/2020 09h08 - Atualizado há 4 anos
Secretária municipal de Assistência Social Fernanda Ribeiro

Após a polêmica sobre as cestas básicas de Araguaína, a secretária municipal de assistência Social, Fernanda Ribeiro, disse que o valor pago pela prefeitura custou 17% a menos por unidade em relação ao do Governo do Estado. 

"Caso o governo tivesse pago o mesmo que a prefeitura de Araguaína, a economia seria de R$ 650 mil e as pessoas teriam uma cesta melhor", disse Fernanda. As cestas estão sendo distribuídas para famílias carentes impactadas pela crise ocasionada pelo novo coronavírus.

A secretária apurou que o Estado adquiriu 70 mil cestas básicas de dois fornecedores de Palmas ao valor de R$ 62,65, gastando R$ 4,38 milhões. Enquanto isso, a Prefeitura de Araguaína adquiriu as cestas por R$ 53,30.

Além disso, Fernanda Ribeiro disse que a cesta do Estado, diferente da doada pela Prefeitura de Araguaína, não possui leite em pó. Em vez disso, há uma lata de sardinha.

A secretária ainda criticou a denúncia sobre possíveis irregularidades na aquisição de quase R$ 1 milhão em cestas básicas de um mercado (Comercial Vitória) com capital social de R$ 250 mil. "Sugere irregularidades na aquisição da Prefeitura, mas quem deveria ser investigado é o Estado. Compraram uma cesta mais cara e sem leite em pó”, salientou Fernanda.

Por outro lado, a secretária citou que o capital social de uma das empresas que venderam para o Estado é de R$ 240 mil e a outra de R$ 500 mil.

Os fornecedores do Estado são: Gigante Atacado e Distribuidora de Alimentos, com contrato de R$ 3,13 milhões para 50 mil cestas básicas, e Floriano Distribuidora, com contrato de R$ 1,25 milhão para 20 mil cestas básicas. Ambas são de Palmas.

Conforme informações do Portal da Transparência, a Gigante já recebeu R$ 313 mil dos cofres públicos estaduais esse ano e a Floriano R$ 1,03 milhão. Os valores, no entanto, não são necessariamente dos contratos emergências para enfrentar a pandemia.

Quadros

Cesta básica de Araguaína

1 pacote - Arroz 5 kg agulinha, tipo 1

1 pacote - Macarrão 500 g sêmola tipo espaguete.

1 unidade - Óleo de soja 900 ml, tipo I.

1 pacote - farinha de milho, pré-cozido para preparo de cuscuz,  500g.

1 pacote - Biscoito 400g, salgado, tipo cream cracker.

1 pacote - Café torrado e moído 250g, com selo de certificação de pureza

1 unidade - extrato de tomate, aproximadamente 350g.

1 pacote - açúcar cristal 2kg

1 pacote - feijão carioca 1kg, tipo 1

1 pacote - sal refinado iodado, 1kg.

1 pacote - leite em pó integral, 400g.

Valor da cesta - R$ 53,30

 

Cesta básica do governo do Estado

1 pacote - Arroz 5 kg agulinha, tipo 1

1 pacote - Macarrão 500 g sêmola tipo espaguete n° 8, enriquecido com ferro e acido

1 unidade - Óleo de soja 900 ml, de primeira qualidade, 100% natural

2 pacotes - flocos de milho 500 g

1 pacote - Biscoito 400g doce, tipo maizena

1 pacote - Café torrado e moído 250g, com sel0 de certificação de pureza

1 unidade - extrato de tomate 340g, industrializado

1 unidade - sardinha em conserva 125g, embalagem em lata

1 pacote - açúcar cristal 2kg

1 pacote - feijão carioca 1kg, tipo 1

Valor da cesta - R$ 62,65

 

O QUE DIZ O GOVERNO

"Nota: Aquisição de Cestas Básicas e kits de alimentação e higiene

Desde o início da pandemia da Covid-19 (novo Coronavírus), e os seus consequentes reflexos na economia, o Governo do Tocantins tem se preocupado em minimizar os impactos à população do estado, principalmente a mais vulnerável. Por isso, amparado dentro da legislação vigente no país, o governador Mauro Carlesse decretou estado de calamidade pública possibilitando, dentre outros, maior agilidade na compra de medicamentos, equipamentos e insumos na área da saúde e também para a aquisições de produtos que visem o bem-estar social.

Como forma de garantir a segurança alimentar da população que se encontra em situação de vulnerabilidade, entre eles idosos, indígenas, artesãos, autônomos e desempregados, o governador Mauro Carlesse determinou a aquisição de 200 mil cestas básicas contendo 17 itens de primeira linha: arroz agulhinha tipo 1 de 5 kg; açúcar cristal 2kg; óleo de soja; feijão carioca 1 kg; pacote de café; macarrão espaguete; extrato de tomate; sal refinado 1 kg; lata de sardinha; biscoito doce tipo maisena; flocão de milho (2 unidades); pacote de sabão em barra; sabonete (2 unidades); e creme dental com flúor (2 unidades).

Além das cestas básicas, o Governador também determinou a aquisição de 157 mil kits de alimentação e higiene, para atender todos os estudantes da rede estadual de ensino, que são compostos pelos mesmos itens da cesta básica.

Diante deste grande trabalho que vem sendo realizado na área social, causa espanto ao Governo do Tocantins que alguns agentes públicos queiram se utilizar do momento para criar artimanhas e picuinhas políticas com o intuito de confundir a opinião pública. A gestão estadual garante que segue tranquila em relação aos seus atos e informa que toda a prestação de conta está sendo feita por meio do Portal da Transparência, seguindo rigorosamente o que determina os órgãos de controle.

Em relação à escolha dos itens que integram a cesta básica, o Governo esclarece que eles são produtos de qualidade e que foram escolhidos por serem artigos de primeira necessidade de alimentação e higiene neste momento de pandemia. A gestão estadual também informa que não palpita nos itens escolhidos para a cesta básica de outros entes e instituições."

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