Denúncia

Auditor do TCE denuncia esquema de corrupção no Conselho Federal de Contabilidade

A representação também foi encaminhada ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Por Márcia Costa 15.523
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29/11/2018 16h00 - Atualizado há 5 anos
Contador tocantinense Dete Nunes, presidente nacional da APROCON-BR

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aprovou o relatório da Comissão de Sindicância referente ao processo nº 2018/000068 que apura denúncia feita pelo contador e auditor do Estado do Tocantins, Dete Nunes, sobre possíveis desvios de recursos em contratos de compras e serviços dentro do órgão.

O Ministério Público Federal (MPF) já havia acolhido uma representação feita pela Confederação Nacional dos Profissionais Contábeis do Brasil (APROCON) e instaurou inquérito civil para investigar diversas atividades e eventos realizados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em parceria com a Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC).

A representação também foi encaminhada ao Tribunal de Contas da União (TCU). A APROCON aponta uma série de desmandos que teriam sido praticados ao longo dos últimos anos através de contratos de compras e serviços.

Segundo o presidente da APROCON e auditor do Tribunal de Contas do Tocantins, Dete Nunes, a denúncia trata-se de um forte esquema de corrupção e desvios de recursos oriundos da realização de congressos de contabilidade por mais de 10 anos.

O mais recente desvio teria ocorrido no congresso de outubro de 2016 em Fortaleza (CE), onde teriam sido arrecadados quase R$ 20 milhões com inscrições, patrocínios e vendas de stands.

"Congressos estes, feitos por uma entidade sem fins lucrativos e privada chamada Fundação Brasileira de Contabilidade - FBC que recebeu as receitas de convênios e inscrições dos Profissionais Contábeis do Brasil, mais de R$ 10 milhões sem prestar contas, enquanto que todas as despesas foram pagas pela autarquia pública federal - Conselho Federal de Contabilidade", relatou.

A investigação também refere-se a um contrato milionário firmado inicialmente no valor de R$ 610 mil por mês pelo ex-presidente do CFC, Juarez Domingues Carneiro, em 2011, e que foi aditivado sem licitação por cinco vezes, pelo ex-presidente do CFC, Martonio Coelho, com vigência até 31 de dezembro de 2017.

O contrato foi firmado com a empresa Viagens Brasil e Turismo Ltda, contratada para locação de ônibus, micro-ônibus e vans, com motoristas, para os congressos de contabilidade em todo o território nacional. 

Dete Nunes disse esperar que os responsáveis pelos atos de corrupção sejam punidos o quanto antes.

"A Confederação dos Profissionais Contábeis do Brasil tem a atribuição de atuar em juízo e fora dele na defesa dos direitos e prerrogativas e interesses dos contadores, dos técnicos em contabilidade e de seus associados. Estamos ansiosos pra sabe quem são os verdadeiros envolvidos neste forte esquema de corrupção dentro do CFC em Brasília e aguardamos a punição dos envolvidos", afirmou o presidente Dete Nunes.

A reportagem entrou em contato com os representantes do Conselho Federal de Contabilidade, mas ainda não obteve resposta. 

Denúncia de corrupção no Conselho Federal de Contabilidade (CFC)

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