Meio Ambiente

Tocantins perde mais de 35% da água potável durante a distribuição, aponta estudo nacional

Precariedade nos serviços de abastecimento de água é um dos motivos.

Por Redação
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19/06/2023 08h31 - Atualizado há 10 meses
Com o pior índice de perdas entre as macrorregiões, Norte do país desperdiça 51,16% da água potável

No mês do Meio Ambiente, o Instituto Trata Brasil, em parceira com a GO Associados, divulgou a nova edição do estudo: Perdas de água 2023 (snis 2021): desafios para disponibilidade hídrica e avanço da eficiência do saneamento básico no Brasil”

Ao longo do relatório é evidenciada a ineficiência do país nas perdas de água potável, em que mais de 40% do recurso é perdido, o que equivale a cerca de 8 mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçadas diariamente. O estudo compreende uma análise do Brasil, como também das macrorregiões, estados e dos 100 maiores municípios presentes no Ranking do Saneamento.

Com mais da metade do recurso perdido antes de chegar nas residências do país, a região Norte apresenta o pior desempenho no indicador de perdas na distribuição (51,16%). 

Para entender os impactos dessas perdas, o Norte do país abriga mais de 18 milhões de habitantes, em que 40% da população, aproximadamente 7 milhões de pessoas, ainda vivem sem atendimento à água potável – como apontam dados presentes no Painel Saneamento Brasil.

QUADRO 1 - PERDAS NA DISTRIBUIÇÃO POR MACRORREGIÃO (2021)

Fonte: SNIS. Elaboração: GO Associados

Ao longo do estudo se aponta que a redução no volume de perdas resultaria em benefícios socioeconômicos e ambientais para o país, como por exemplo, uma maior oferta do recurso hídrico para os milhões que ainda sofrem com a ausência de água (são cerca de 33 milhões em todo país). Enquanto para o meio ambiente, a redução dessas perdas implicaria a disponibilidade de mais água para a população sem a necessidade de captação em novos mananciais.

Com um volume de perdas preocupante, os estados da região Norte apresentam gargalos a serem superados para controlar as perdas nos sistemas de distribuição. A partir da tabela acima é possível observar que cinco dos sete estados que integram o Norte do país perdem mais da metade do recurso hídrico – Amapá e Acre apresentam índices elevados, com mais de 74% da água perdida antes de chegar para os habitantes. Somente em dois estados, Pará e Tocantins, o volume de perdas é menor que a média nacional (40,3).

A eficiência de perdas está diretamente atrelada à universalização do saneamento, no qual, o país tem como meta estabelecida para 2034, pela Portaria 490/2021 do MDR, alcançar 25% em perdas na distribuição (IN049). Uma vez que o país alcance essa meta, logo estará influenciando positivamente outro importante objetivo imposto pelo Marco Legal do Saneamento, que é a garantia de que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável.

Para solucionar o problema de perdas é fundamental que o país busque ter um programa estruturado de redução de perdas com investimentos constantes na área, como também agilidade na identificação e conserto de vazamentos, além de priorizar o tema na agenda pública e dos operadores de saneamento pelo país.

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