O município de Araguaína é apontado atualmente como o epicentro da pandemia de coronavírus no Tocantins, com 351 casos positivos até esta terça-feira (11). Porém, segundo o vereador de Palmas, Milton Neris (PDT), esse é o resultado da maior testagem realizada na cidade. "Quanto mais se testa mais se chega aos reais casos", disse.

Para o vereador, a cidade de Palmas "se vangloria de números menores e irreais", mas não deveria, pois as testagens estão em ritmo lento. "Araguaína é a cidade que mais realiza testes no Tocantins”, disse o vereador ao cobrar maior testagem por parte da Prefeitura de Palmas.

Conforme Neris, mesmo com menos casos suspeitos (476), Araguaína já testou 1.493 pessoas até esta segunda-feira (11), enquanto Palmas, com 1.422 suspeitos, conseguiu testar apenas 1.123 pessoas, ou seja, menos que Araguaína apesar de ter mais casos suspeitos. Até esta terça (12), a Capital detectou 177 casos positivos desde o começo da pandemia.

“O panorama de infectados em Palmas não é real e merece, sim, maior atenção”, estima o vereador ao citar que a Capital tem hoje cerca de 300 mil habitantes e Araguaína, 180 mil.

Para Milton Neris, Palmas não testa eficazmente os suspeitos e faz “um trabalho de tartaruga, enquanto a população se isola há cerca de 60 dias e os números da doença, certamente, aumentam”.

Leitos

O vereador ainda compara a estrutura médica para atendimento aos infectados pela doença. “Palmas está no abandono total, pois não desperta para a gravidade da doença e não investe em leitos e UTIs. É preciso investir em estrutura, enquanto as pessoas estão em isolamento – para isso que serve o isolamento –, criando alternativas para respaldar o sistema de saúde municipal”, observa.

Em números

Para Neris, Araguaína faz bem o "dever de casa", mesmo não tendo obrigação de investir em equipamentos de alta complexidade, pois é de responsabilidade do Estado, mas atua como parceira, inclusive nos custos.

A cidade está implantando com recursos próprios a Unidade Corona Norte que contará nesta primeira fase com 15 leitos de UTI, podendo chegar a 35.

Para o parlamentar, a gestão de Palmas mira apenas em fechar serviços, sem critérios técnicos bem definidos ou esclarecidos. “Talvez estejamos crucificando quem está fazendo algo de concreto, Araguaína, e abonando quem não faz nada, Palmas. O que a prefeita Cinthia Ribeiro faz, além de recomendar isolamento e fechar serviços? Qual o investimento em equipamentos e infraestrutura?”, indaga.

No início da pandemia, Araguaína adquiriu 1 mil testes rápidos - feitos pelo sangue -, e após isso mais 2 mil PCR, aquele que é feito pelo muco do nariz e boca.

"Já em Palmas, falou-se em 6 mil testes inicialmente, depois 250, e pelo visto nada deu certo até agora quanto à aquisição', lamenta Neris.